Avançado precisa-se!

Notou-se ontem com o Vitória, tal como já se tinha notado na Champions nos dois jogos com o Milan e contra o Liverpool. O Futebol Clube do Porto está a jogar o melhor futebol de ataque da era Conceição. Cria oportunidades e tem outras soluções que não só o chuveirinho para a área ou o chutão para Marega, mas falta alguém que aproveite essas oportunidades de forma regular.

A criatividade abunda neste plantel, com jogadores como Fábio Vieira e Vitinha a terem cada vez mais preponderância, bem como João Mário, que se tem mostrado perigoso nas subidas e os já habituais Otávio, Luís Díaz e Sérgio Oliveira.

Sérgio Conceição já tinha deixado expresso o desejo no mercado de Verão por um ponta-de-lança, com Alfredo Morelos (Rangers) e Beto (Portimonense) fortemente associados, mas a falta de liquidez da SAD fez com que tivesse de se contentar com a prata da casa: Mehdi Taremi, Toni Martinez e Evanilson.

O iraniano, apesar de ter já 7 golos só no campeonato, parece atravessar uma crise de confiança e há seis jogos que não marca, tendo já desperdiçado oportunidades flagrantes, errando o alvo, atirando à figura ou até, como se viu em Liverpool, inibindo-se de rematar. Taremi, apesar dos números positivos, não é um típico ponta-de-lança goleador e esperar que o seja, só o prejudica. O iraniano é o jogador da liga com mais oportunidades criadas (10) e só lucra se ao lado tiver um finalizador para as aproveitar.

Evanilson, parece promissor, mas falta-lhe ainda alguma experiência, nem sempre acertando o posicionamento e faltando-lhe alguma “ratice” que o tornam (ainda) uma presa fácil para defesas de maior calibre. Toni Martinez parece ter caído em desgraça para Sérgio Conceição, estando afastado das opções do técnico há alguns jogos, o que faz com que fique demasiada pressão colocada nos outros dois. Há ainda Danny Loader, na equipa B, mas apesar do golo na estreia pela A, a concretização não é a sua principal valência.

O Porto não tem falta de golos esta época e continua a ter o melhor ataque do campeonato (apesar dos 7 do Benfica ao Belenenses), mas na Champions esta insegurança ofensiva tem sido determinante e numa liga que promete ser disputada até ao fim, a diferença no final, pode estar num pormenor.

Conceição tem resolvido, dando mais liberdade a Luís Diaz, permitindo que o colombiano se chegue mais à área e a posições de remate e, até agora, com muito bom resultado. Mas a este nível, o desperdício pode sair muito caro: custou já os três pontos em Milão e um possível empate em Liverpool.

É urgente a contratação de um avançado em Janeiro. Não só para desencravar alguns jogos, como, principalmente, para tirar a pressão de Taremi e de Evanilson.