Contos e Pontos

UM CONTO

de fadas, o que tem sido visto pelo secundário torneio de pares. Sem Australianos no torneio (De Minaur foi o ‘último a sair’, sem apelo nem agravo, frente a Jannik Sinner) de singulares, o sempre irrequieto Nick Kyrgios e o igualmente carismático Thanasi Kokkinakis detonaram as duplas pré-designadas para o torneio e estão na final do Aus Open de pares.

Jogos com uma atmosfera louca, quase parece Copa do Mundo ou Playoffs da NBA, a energia que Kyrgios e Kokkinakis emprestam aos jogos tem sido contagiante. A dupla diz que é “imprevisível”, admite que se “tem divertido mais do que em singulares” e, aos 25 e 26 anos de idade, após lesões, controvérsias, e carreiras de sonho que nunca passaram disso mesmo, os Australianos parecem ter encontrado o seu lugar ao sol. Defrontarão, na final de pares, os compatriotas Matt Ebden e Max Purcell, na final de Sábado, na primeira final totalmente Aussie desde 1980. Até Rod Laver tem visto os jogos. A coisa promete. Ah, sim, dissemos que são os únicos Australianos porque são os únicos que importam… a vibe dos jogos destes meninos abafa completamente os passaportes de Ebden e Purcell. Nem sabemos quem é essa gente…

Como já disse Kyrgios, “I don’t even care anymore, I just wanna win this fucking thing.” Alea jacta est.

 

UM PONTO

de encontro foi o que Auger Aliassime desperdiçou frente a Daniil Medvedev, que continua a surfar a onda do vilão, do mal-amado, do rezingas, ele que adora provocar a malta e rir-se por último.

Riu-se, de facto, bem melhor o russo, que teve de suar e muito naquele que já é um dos jogos do ano. Da década, ora noves fora tira dois anos e picos de COVID. Fantástico jogo de Aliassime, a prometer novos voos.

Toni Nadal tem-lhe feito bem, está um jogador mais perigoso, embora por vezes algo passivo. Quando conseguir ditar o andamento da amarela como aqui

certamente que vamos ter o canadiano a rugir em fases mais adiantadas de torneios do ATP e Grand Slams. Grande início de época para Aliassime, ele que havia carregado o Canadá para a vitória na ATP Cup.

 

UM CONTO

para esquecer, talvez os torneios de:

Rublev

Alcaraz

(embora o espanhol tenha desculpa, ainda tem 19 anos, e deu muito que fazer a um Berrettini que tem renascido das cinzas em quase todos os jogos)

Sasha Zverev

(que continua a provar, por A+B, que a sua cena é torneios do ATP; à melhor de cinco foi-se o turbozinho do Alemão).

Já no sentido contrário

 

UM PONTO

de sonho, para Denis Shapovalov, que fez um belíssimo torneio, e que gastou as coisas boas que fez frente a Zverev num desastrado jogo frente a Nadal, com alguma polémica à mistura

 

(com alguma razão para o canadiano, o espanhol é perito em pausar a coisa para beber um cimbalino e ler o jornal);

 

Outro ponto giro para o próprio Rafa Nadal, ele que veio de uma longa paragem, mais COVID, mais o síndrome de Müller-Weiss no pezinho, mais cenas que tais que não previam um torneio tão smooth para os seus lados… claro que a experiência e os títulos são muitos para o espanhol, mas a verdade é que o campeoníssimo de Manacor ainda não teve muito trabalhinho pela frente… descontando talvez o jogo frente a Shapo, que foi à negra.

Calhou-lhe na rifa um sorteio simpático (não partiu como primeiro ou segundo pré-designado), e, teoricamente, defrontará um Matteo Berrettini dez anos mais novo… mas com mais km nas perninhas. Será interessante ver o clash de estilos, Matteo está duro de roer, com servição e direitas a murro e uma esquerda mais venenosa… Rafa melhorou a esquerda de forma brutal e está mais poderoso no chamado saque. Se a coisa for a cinco sets, teremos jogatana.

 

UM CONTO

de porrada. dois gajos que nunca se gramaram, Medvedev e Tsitsipas, num duelo que promete aquecer e de que maneira. Já houve ameaças de traulitada, insultos ao pai do Grego, só faltaram cuspidelas e biqueiradas inter-testas neste duelo com alguma história para contar.

Medvedev vs Tsitsipas em Miami

O Russo não curte o Grego nem com molho de tomate. Tsitsipas, que ainda procura o seu primeiro Slam, venderá bem cara a derrota, ele que puxou Jannik Sinner pelo autoclismo. Ora confirmem

 

UM CONTO

do costume para a pequenina e adorável Ash Barty, que já está em casa, ou seja, na final do torneio feminino, após mandar a ‘veterana’ Madison Keys (começou cedíssimo, tem apenas 26 anos, pode ser… a ‘experiente’ Madison Keys, vá) para as urtigas

Ashleigh Barty vs Madison Keys

Ash espera pelo desfecho da outra meia-final (que se joga enquanto deslizam por este belo texto), entre a surpreendente Norte-Americana Danielle Collins e a Polaca Iga Świątek. Sim, leram bem. Świątek. Outro nome giro e simples daqueles lados? Wojciech Szczęsny. Nem queremos imaginar as listas de compras destes indivíduos…

Iga foi a primeira Polaca a vencer um Grand Slam (é seu o Roland Garros de 2020), tem 20 anos, e quer mais pontos para os seus contos tenísticos. Danielle só perdeu dois sets até à data e promete dar luta.

 

UM PONTO

sem nó no torneio feminino? Foram vários. Surpreenderam, logo a abrir, as eliminações de Osaka (detentora do caneco), Raducanu (vencedora do US Open) e Leylah Fernandez (runner up do mesmo US Open), mas, uma vez mais, as últimas duas a malta desculpa, porque ainda estão a dar os primeiros passos entre a malta mais batida nestas andanças. Osaka, volta e meia, faz isto. Faz torneios de sonho e, logo a seguir, adormece nas primeiras rondas…

 

PONTOS

do catano para Maddison Inglis (revelação Australiana), as veteranas Alize Cornet, Kaia Kanepi, Mertens… tem sido um torneio emocionante, cheio de comebacks, histórias de superação, enfim, o Happy Slam parece ter virado Soap Slam

 

Aguardemos por novos pontos e contos do Open da Austrália. Que tem tido ‘sotaque’ Português… Espanhol… não sabemos bem que língua é esta ou o que é que eles dizem. Who cares.

Faça-se rolar a Amarela. Que estaremos cá para gritar… #siu.

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