Dia histórico para a Gâmbia, Mali vence, mas decisões controversas deixam a Tunísia a queixar-se de Injustiça

O quarto dia da principal prova de futebol africano, CAN, a realizar nos Camarões, ficará na memória dos adeptos e jogadores da Gâmbia, por terem garantido o primeiro triunfo por 1-0, no grupo F, naquela que foi a estreia deste país na história da competição, frente à Mauritânia.

Um maravilhoso golo por parte de Ablie Jallow, aos 10 minutos, levou ao delírio a massa associativa que se fez presente para apoiar a formação gambiana.

Neste duelo, os homens da Gâmbia estiveram quase sempre por cima da partida, tendo podido ampliar a vantagem mais do que uma vez. Os três pontos foram merecidos, e garantidos graças a uma prestação segura e convincente deste conjunto.

No outro lado da moeda, a Mauritânia terá de fazer muito melhor no próximo embate com a Tunísia, ou correrá o risco de ser eliminada, uma vez que esboçou muito pouco futebol, mesmo apesar de ter melhorado um pouco antes de chegarmos ao intervalo.

Posto isto, vamos até ao jogo que abriu esta jornada.

Uma jornada que não começou da melhor maneira, e fez correr tinta, naquele que foi o jogo mais polémico do torneio até ao momento.

O compromisso do grupo F, o Mali media forças com a Tunísia, até ao fim da primeira parte ambas as equipas anularam-se uma à outra, não tendo sabido perfurar as linhas defensivas.

O encontro parecia mais tático, do que propriamente técnico, com nenhum remate para cada lado, os malianos iam procurando circular a bola, mostravam-se mais físicos, mas a organização defensiva tunisina impedia que as bolas fossem para os jogadores mais avançados no terreno, limitando por isso acção contrária.

Na segunda parte, as coisas mudaram, mão na bola na grande área, e o árbitro, Janny Sikazwe, apontou para a marca dos 11 metros.

Chamado à cobrança, Ibrahima Koné não tremeu e adiantou o Mali por 1-0.

Depois do golo, os tunisinos foram atrás do resultado, e viriam a ter uma chance de restabelecer a igualdade, também de grande penalidade, mas desta vez o guardião do Mali, Ibrahima Mounkoro, adivinhou o lado para onde Wahbi Kazhri quis rematar e fez uma excelente defesa, preservando a vantagem de 1-0.

Mounkoro também travou alguns remates, inclusive um deles que levava selo de golo.

Entretanto, começou o descalabro total de Janny Sikazwe, depois de uma pausa para as equipas poderem-se refrescar, aparentemente ele não parou o relógio, ou certamente perdeu noção do tempo que faltava para o fim. Pois decidiu apitar para o final do encontro antes do tempo aos 85 minutos.

Passados dois minutos, num lance em que não há qualquer razão para mostragem de cartão vermelho, decidiu dar vermelho ao jogador do Mali, El Bilal Touré, que tinha entrado aos 81 para o lugar de Djenepo, e mesmo com os colegas do VAR a alertarem para que fosse ao monitor, embora tendo ido, manteve-se firme à decisão.

Aos 89, apitaria para o fim do embate de novo, quando as paralisações deveriam render longos acréscimos, a Tunísia ficou sem ter como inverter o rumo dos acontecimentos.

Rapidamente, a equipa técnica tunisina invadiu o terreno e foram em direcção ao árbitro exigir explicações, os seguranças fizeram um cordão para tentar protegê-lo.

As equipas rumaram aos balneários, para que após 20 minutos fossem chamadas a regressar ao relvado, mas apenas o Mali compareceu, com o triunfo a ser declarado pelo quarto árbitro que assumiu o apito.
Os Tunisinos prometeram solicitar a realização do jogo, para que pudesse ser repetido, e parece-me um ponto justificável.

O árbitro, Janny Sikazwe, por seu turno, fica mais uma vez associado a decisões polémicas, ele que apesar de já ter apitado uma final do CAN, entre Camarões e Egipto, e uma final do Mundial do Clubes, além de ter apitado no Mundial da Rússia, chegou a ter estado suspenso pela actuação por suspeita de corrupção, num duelo que também envolveu outro conjunto Tunisino, neste caso, o clube Ésperance de Tunis, e um dos gigantes do futebol angolano, o 1º de Agosto, nas meias-finais da Liga dos Campeões Africanos em 2018.

Por fim, a Costa do Marfim, um dos favoritos à conquista do CAN, protagonizou com a Guiné-Equatorial um embate que pela segunda parte somente pode-se considerar o melhor disputado até ao momento, com ambas equipas a terem chances de marcar, mas um golaço de Max Gradel, logo nos primeiros minutos do encontro selou a partida.

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