Euro 2020: a análise ao grupo B

Com Bélgica, Dinamarca, Rússia e Finlândia, o Grupo B parece ser um passeio para a seleção da Bélgica… e provavelmente vai ser isso mesmo. A verdadeira luta será pelo segundo lugar, com a Dinamarca e a Rússia a partirem com uma ligeira vantagem.

Bélgica

O espanhol Roberto Martinez tem ao seu dispor um dos melhores plantéis do torneio e apesar de não ser um treinador de grande currículo, é difícil falhar com este grupo. Romelu Lukaku, Kevin de Bruyne, Youri Tielemans, Eden Hazard e Thibauld Courtois pontificam numa seleção repleta de talento que lidera actualmente o ranking da FIFA.

A lesão de Kevin de Bruyne na final da Champions, após chocar contra uma parede de betão, chamada Rudiger, pode condicionar a manobra belga, uma vez que o jogador do City desde então que não joga, mas ainda assim, há talento de sobra nesta equipa.

Roberto Martinez deve alinhar num 3x4x3, com Courtois na baliza, uma defesa composta por Alderweireld, Vertonghen e Denayer, do meio-campo para a frente as opções são tantas que o difícil é escolher, sendo que se Kevin de Bruyne não recuperar a tempo, Tielemans, Vanaken ou Witsel darão conta do recado. Na frente, Mertens, Hazard, Lukaku, Mertens, etc dão mais do que garantias.

Jogador em destaque: Romelu Lukaku

Que tanque! Forte, rápido, bom de bola, com visão de jogo e um grande finalizador. Romelu Lukaku é um craque e um dos melhores pontas-de-lança do futebol mundial. Seja a jogar de costas para a baliza, ou a finalizar, Lukaku vai ser uma dor de cabeça constante para os defesas, depois de 24 golos na Serie A ao serviço do Inter.

 

Dinamarca

Os dinamarqueses foram uma das melhores histórias de “underdogs” dos Europeus de Futebol, ganhando o torneio em 1992, para o qual apenas se qualificaram, porque a Jugoslávia entrou em guerra civil e abandonou a prova. Desde então, ganharam apenas três jogos em campeonatos da Europa… em quase 30 anos!!!

A Dinamarca qualificou-se com Åge Hareide no comando, mas o seu contrato expirou em Julho de 2020 (depois da suposta data do Europeu) e a federação achou que não valia a pena renovar, dando o cargo a Kasper Hjulmand. Ainda assim a seleção vem com 8 vitórias, 1 derrota (Bélgica) e 1 empate (Alemanha) nos últimos jogos, o que é uma forma de meter algum respeito.

A Dinamarca deve alinhar num 4x3x3/4x2x3x1, os experientes Kasper Schmeichel na baliza e Simon Kjaer no centro da defesa, ao lado de um Andreas Christiansen campeão da Europa pelo Chelsea ou de Joachim Anderson, que apesar de ter descido, deixou indicações muito positivas no Fulham. Maehle (Atalanta) e Wass (Valência) devem completar a linha defensiva. O meio-campo tem várias opções com talento, com Hojberg, Erikson e Delaney a fazerem um provável trio de meio-campo, atrás de Youssuf Poulsen e Skov Olssen que ladeiam o ponta-de-lança Jonas Wind, que aos 22 anos foi o melhor marcador da liga dinamarquesa, com 15 golos e deverá deixar no banco jogadores mais experientes como Braithwaite (Barcelona) ou Kasper Dolberg (Nice).

Jogador em destaque: Pierre-Emile Hojberg

Destacou-se o suficiente para ser uma jovem aposta do Bayern Munich, que acabou por rumar a Southampton e daí ao Tottenham Hotspur, onde passou a comandar o meio-campo dos ingleses. Dotado de uma excelente visão de jogo e de uma capacidade posicional e destruição de jogo, Hojberg será um dos esteios da Dinamarca.

 

Rússia

De todas as seleções, a russa é talvez o maior mistério. Há muito talento, mas o facto de praticamente todos os jogadores militarem em clubes russos faz com que tenham pouca experiência ao nível europeu, seja de clubes, seja de seleções… e que sejam muito pouco visíveis!

O selecionador Stanislav Cherchesov (que tem ar de ser aquele tipo nos filmes a quem a máfia recorre para fazer desaparecer um corpo) conta como jogadores com Dzyuba, Golovin (instrumental na boa segunda metade de época no Mónaco) e Miranchuk uma das revelações da Atalanta Gasperini. Longe de ser uma seleção incrivelmente talentosa é uma equipa que poderá vir a dar grandes dores de cabeça a quem se atravessar no seu caminho.

Pelos últimos 10 jogos é também difícil prever como jogará esta Rússia, uma vez que foram testados esquemas com a defesa a três, a quatro e a cinco, dois avançados ou apenas um, e muitas outras nuances táticas. Nesses mesmos dez jogos, contam com apenas três vitórias apesar de nenhum dos jogos ser contra adversários de topo, com empates com equipas como a Moldávia e a Hungria e uma humilhante derrota por 5-0 contra a Sérvia. Ainda assim, não deixa de ser a equipa que no último Mundial eliminou a Espanha e só perdeu nos penalties para a vice-campeã do Mundo, a Croácia.

Jogador em destaque – Artem Dzyuba

É provavelmente a última grande competição do ponta-de-lança que aos 32 anos continua a marcar golos que se farta ao serviço da seleção e do Zenit de São Petersburgo (terminou a época com um poker, tendo feito dois golos e uma assistência no jogo anterior). Com a compleição física de um armário, Dzyuba será um perigo constante para as defesas do alto do seu 1,93m.

 

Finlândia

Os comandados de Markku Kanerva partem para este Europeu como quase perfeitos desconhecidos, tendo apenas quatro jogadores nas cinco principais ligas europeias (dois deles guarda-redes!). No guarda-redes do Bayer de Leverkusen Lukas Hradecky a seleção finlandesa tem aquele que é provavelmente o seu jogador mais conhecido e uma das principais referências da equipa.

No centro do terreno, o médio Glen Kamara vem de uma época extraordinária ao serviço do Glasgow Rangers de Steven Gerrard, trazendo músculo e atrito a um meio-campo onde falta o brilho e alguém que possa fazer a diferença na transição ofensiva. Têm um jogador chamado Nikolai Alho… não sei se é bom, mas segundo Saúl Ricardo o bacalhau estava interessado na sua contratação! (Desculpem).

Esta Finlândia chega o Europeu com três derrotas consecutivas nos três amigáveis de preparação para o Euro (Suiça, Suécia e Estónia), estando há 6 jogos sem conhecer o sabor da vitória e não parece que seja no Euro que vão dar a volta a esta situação. No entanto, em Novembro ano passado infligiram uma humilhante derrota à França em pleno Stade de France, por 2-0.

Jogador em destaque: Teemu Pukki

A grande esperança de golos vem dos pés de Teemu Pukki, que subiu de divisão com o Norwich, marcando 26 golos no processo. O rápido avançado tem sido a principal referência ofensiva dos canaries nos últimos três anos, com 67 golos marcados e 17 assistências pelos ingleses.

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