Goodbye, Sir Frank
Deixou-nos no passado dia 28 de Novembro Sir Frank Williams, mais conhecido por ter fundado, em 1977, uma das mais famosas e tituladas equipas de Fórmula 1, a Williams, inicialmente designada Williams Grand Prix Engineering.
Nascido em 1942 em South Shields, Inglaterra, desde cedo se mostrou um apaixonado pelo desporto automóvel. Após ter percebido que o seu talento para a condução não o iria levar a uma carreira de piloto, trocou o volante pela chave de porcas e começou a trabalhar como mecânico. No entanto, o bichinho da competição automóvel estava lá, vivo e investindo o dinheiro ganho como vendedor, Sir Frank criou em 1966 a Frank Williams Racing Cars. Após boas performances na F2 e na F3, Frank comprou um chassis Brabham e entrou na Fórmula 1 em 1969. Nesta primeira vida, digamos assim, a Williams não conseguiu vencer nenhuma prova, tendo como melhores resultados três segundos lugares, dois de Piers Courage (Mónaco e EUA em 1969) e um por Jacques Laffite (Nürburgring, 1975).
Com o dinheiro a não abundar, Frank Williams foi obrigado a ceder o controlo da equipa a Walter Wolf, permanecendo no cargo de manager durante o ano de 1976. Como o lugar de funcionário não lhe agradava, Frank Williams saiu no final de 1976 e, juntamente com o engenheiro Patrick Head, fundaram então a Williams Grand Prix Engineering.
Esta aventura começou de forma discreta, mas em 1979 chegaria a primeira vitória, por intermédio de Clay Regazzoni, em Silverstone. Nessa época a equipa venceria por mais quatro vezes, todas por Alan Jones. Em 1980 o mesmo Alan Jones sagrar-se-ia Campeão Mundial de pilotos e a Williams-Ford seria campeã do Mundo de construtores. Daí para cá a Williams venceu mais 6 títulos de pilotos e oito de construtores, vencendo 114 grandes prémios, no total. A lista de pilotos campeões do Mundo pela Williams inclui, além de Jones, Keke Rosberg, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve.
Em 1986, um acidente de viação provocou uma fractura na coluna que deixou Sir Frank numa cadeira de rodas. Outro dos momentos marcantes da vida de Sir Frank Williams chegou no dia 1 de Maio de 1994 quando, em Imola, um acidente ceifou a vida de Ayrton Senna, o piloto que Sir Frank mais terá desejado ver ao volante dos seus carros. Infelizmente esse sonho durou apenas duas corridas e 6 voltas.
Em 2012 Sir Frank anunciou a renuncia ao seu cargo na direcção da Williams F1, sendo substituído pela filha Claire, mantendo no entanto a posição de chefe de equipa. Em 2020 a família Williams cessaria o seu envolvimento na Fórmula 1 com a venda da equipa à Dorilton Capital.
Para além de todas as conquistas desportivas, Sir Frank foi nomeado Cavaleiro da Ordem do Império Britânico em 1986 pela Rainha Isabel II e também, numa nomeação rara, Cavaleiro da Legião de Honra francesa, pelo seu trabalho com a Renault.
Resta-nos recordar o homem íntegro e perseverante que transformou uma pequena operação de armazém numa das maiores equipas do desporto automóvel.