Green Bay continua alérgico a ganhar a San Francisco nos Playoffs
Não é a primeira, não é a segunda, não é terceira, é a quarta vez que os Green Bay Packers perdem frente aos San Francisco 49ers nos playoffs, desde o jogo da partida da Ronda Divisional de 2012 quando Colin Kapernick e os San Francisco 49ers derrotaram os Green Bay Packers liderados por Aaron Rodgers por 45-31, desta vez caíram por 13-10.
Antes disso, a última vez que estas duas franquias se haviam defrontado foi no NFC Wild Card de 2001, realizado dez anos antes, com Brett Favre como QB e Jeff Garcia, como o outro signal caller, tendo este encontro sido favorável ao conjunto de Green Bay, por 25-15.
Na contenda que opôs Kapernick e Rodgers, foi tudo taco a taco até o fim do apito, começou com Sam Shields a marcar um TD, numa interception return, seguindo-se de uma corrida de Colin para um TD de 20 jardas corridas, depois um TD para os ‘cheeseheads’ pelo RB, Dujuan Harris, que correu 18 jardas e levou os Packers ao 14-7, terminando o primeiro quarto.
No segundo quarto, Michael Crabtree apareceu para marcar 2 TD’s que deram vantagem aos 49ers pela primeira vez no marcador por 21-14. Aaron Rodgers viria a empatar ao colocar a bola em James Jones, mas os 49ers conseguiram marchar até à margem segura para o FG onde anotaram 3 pontos para uma liderança de 24-21 ao intervalo.
Já no terceiro quarto, Mason Crosby restabeleceria a igualdade em novo FG, mas Colin Kapernick correria para 56 jardas, com a running defense de Green Bay a não ter um antídoto, 31-24, e por sua vez, o número 12, continuava a fazer os possíveis para não deixar os seus ficarem mal.
No último quarto, localizou Greg Jennings para empatar a partida por 31-31, mas daí para frente só deu 49ers, e graças às corridas de Frank Gore e Anthony Dixon, os San Francisco levaram a melhor sobre Green Bay por 45-31.
E a receita que aplicaram nessa época, viria a ser a mesma receita que aplicaram dois anos depois, no NFC Wild Card, com Colin Kapernick a conseguir a fazer o que queria com as pernas, e os homens orientados por Jim Harbaugh, a forçarem os Packers a ter de ir atrás do resultado, indo para o intervalo com uma vantagem de três pontos apenas, 13-10, e no final do último período, o Kicker, Phil Dawson, faria questão de decidir as contas com um FG bem sucedido e um parcial de 23-20 em Lambeau Field.
E em 2019, no NFC Championship Game, viria o descalabro total, 37-20 num jogo que não teve história para o elenco de Kyle Shanahan, somente running game, running game, running game. Era bola em Raheem Mostert e saiam da frente, tendo terminado com 3 TD’s e Robbie Gould acrescentado 2 FG’s para irem para o intervalo com 27-0.
Como bem sabemos os 49ers viriam a perder para os Kansas City Chiefs no Super Bowl, mas não obstante, forçaram Aaron Rodgers a lançar 2 interceptions, sendo que fez 326 jardas e 2 TD’s, e com isso bem presente, o QB dos Packers depois de uma potencial MVP season partia com todos esses desaires na mente.
Na quarta parte do filme, 2022, referente aos playoffs de 2021, NFC Divisional Round, nevou em Lambeau Field, tal como Green Bay gosta, e os Packers entraram prego a fundo, pondo-se em vantagem com uma drive de 69 jardas, e uma corrida de seis jardas por parte de A.J. Dillon avizinhava-se um possível blowout, pensava eu como outros que viram o que os Packers produziram esta temporada, é claro não desmerecendo que estava do outro lado, uma das melhores defesas da liga.
Mas o que é certo, é que o ataque estagnou dali para frente, Aaron Rodgers terminou com um registro de 29 passes tentados e 20 completados, 225 jardas totalizadas, mas não foi capaz de localizar os seus receivers down the field. Durante a noite mostrou-se bastante desconfortável e até abaixo daquilo que é capaz de fazer, por vezes parecendo desinteressado, ou sem aquela chama que outrora já o fez dar a volta a muitos resultados no passado.
Porém, não se pode culpar nem singularizar, o número 12, que passa a ter agora um 0-4 frente à equipa que apoiava na infância, além de que passa a ser alguém que não sabemos mais se continuará em Wisconsin ou se irá para outras paragens.
Quanto a San Francisco, também não pode almejar muito com Jimmy Garoppolo como QB, e certamente que se entende que as suas debilidades são por mais do que evidentes, o que torna ainda mais caricato ver como os comentadores americanos há uns anos diziam que Bill Belichick tinha feito a escolha errada de o ter deixado ir, mas não aparenta nada que tenha sido a escolha errada hoje em dia.
A vitória dos 49ers foi conseguida à custa de muito trabalho colectivo, e as Special Teams de San Francisco provaram ser heróicas com um FG bloqueado por Jimmie Ward antes de irmos para intervalo, um punt bloqueado por Jordan Willis, que levou ao empate, 10-10 no marcador, e por fim, após um 3nd and out dos Packers, e com Deebo Samuel a ser o homem que conduziu os 49ers, e deixou Robbie Gould em posição desejada, o Kicker dos San Francisco prolongou o sofrimento em Green Bay garantindo o resultado final, 13-10.
Já as Special Teams de Green Bay não se pode dizer a mesma coisa, tendo provado a época inteira que um dia poderiam custar caro, e escolheram a pior altura para fazê-lo ontem.
Com este triunfo, os rapazes da Bay Area asseguraram que a franquia de San Fran atingisse a 17.º presença numa final de conferência, algo que até aqui nunca foi feito desde que as conferências se formaram em 1970, e os 49ers também passaram a deter a liderança no confronto entre ambas franquias nos playoffs com 5-4.