O 2021 do Dragão
2021 foi um ano agridoce, no Reino do Dragão.
Foi o ano em que não se revalidou o título… melhor, foi o ano em que não se ganhou qualquer título. Foi também o ano em que mais um escândalo a envolver a direção do Futebol Clube do Porto rebentou e ficaram no ar várias suspeitas de desvio de verbas.
Foi o ano em que o treinador Sérgio Conceição quase saiu do Dragão, apontado ao Inter de Milão e ao Nápoles. Foi também o ano em que se perdeu Marega a custo zero, jogador que apesar de não ser consensual, foi muito importante com o treinador Sérgio Conceição. Ou o ano em que se falhou a renovação de Jesus Corona, permitindo que saia a custo zero no ano seguinte.
No entanto, foi o ano em que se conseguiu segurar Otávio, que está a pagar a confiança com uma grande época. Foi o ano em que face a um Corona desmotivado, Luis Diaz ganhou espaço para finalmente se assumir como referência da equipa e leva já 15 golos e 3 assistências a jogar a partir da ala.
Foi um ano civil que acabou sem uma única derrota no campeonato, em 39 jogos, um feito único na Europa. 99 pontos conquistados, com Taremi a ser o jogador a marcar mais golos no campeonato, 21 no total. Foi também o ano que termina com chave de ouro, com duas vitórias ao eterno rival, Benfica, uma por 3-0 e outra por 3-1.
Foi um ano em que o Dragão acaba o campeonato na frente, a par com o Sporting, com o segundo melhor ataque da prova e o melhor marcador (Luis Diaz), em que segue na taça, depois de eliminar o Benfica e encara a Liga Europa com a confiança de quem pode ir longe.
Foi o ano em que uma enorme performance, levou ao afastamento da Juventus em Turim e ao massacre do Chelsea em Stamford Bridge, onde um golão de Taremi nos últimos minutos foi insuficiente para passar a eliminatória, contra aquele que se sagraria campeão Europeu nos meses seguintes. Foi o ano em que boas performances com o Milan e em que massacrar o Atlético em Madrid não foi o suficiente para passar o grupo na Champions.
Foi um ano em que após perder as suas “vacas sagradas” (Marega e Corona, depois de já ter perdido Alex Telles), Sérgio Conceição foi obrigado a reinventar-se, a perder (algumas) teimosias e a apostar noutras soluções e noutros jogadores. Foi o ano que terminou com o melhor futebol da era Conceição.
Foi um ano perfeito? Longe disso. Faltaram os títulos, faltaram golos em momentos cruciais e alguns reforços desejados pelo treinador. Mas foi o ano em que Sérgio Conceição cresceu como treinador e percebeu que há mais do que músculo nos quadros do Dragão.
Mas sobretudo foi o ano em que a formação finalmente ganhou o seu espaço, com Diogo Costa, João Mário e Vitinha a acabarem o ano como titulares indiscutíveis, Fábio Vieira a brilhar quase sempre que joga e Francisco Conceição a aparecer com regularidade nas opções do técnico.
Com este futebol e com este grupo, acredito que 2022 vai ser um ano ainda melhor.