Os melhores e os piores do mercado inglês

Fechada aquela que foi talvez a mais louca janela de transferências da história do futebol, é agora altura de fazer contas à vida. Até Janeiro não se mexe mais e após 248 reforços e mais de mil milhões gastos, é agora altura dos clubes da Premier League fazerem contas à vida. Quem teve o melhor mercado? Quem parte para a nova época realmente reforçado e quem ficou a perder nesta janela? Ficam aqui as minhas notas de 1-5 ao mercado de todos os clubes daquela que é a melhor liga do Mundo.

 

Arsenal – 3/5

O Arsenal foi a equipa que mais dinheiro gastou neste mercado de transferências e olhando para os seus reforços é difícil perceber porquê. No entanto, apesar de terem pago acima do valor de mercado por muitos jogadores, conseguiram segurar Martin Odegaard, que foi muito importante a época passada para a equipa e garantiram vários jogadores com potencial para crescer: Sambi Lokonga é uma das grandes esperanças do futebol belga, Ben White é um central promissor, Aaron Ramsdale um bom guarda-redes e o japonês Tomiyasu pode trazer muito mais consistência à direita da defesa do que o errático Hector Bellerin.

Além disso, os Gunners conseguiram livrar-se de Willian e David Luiz, dois dos ordenados mais altos do plantel, apesar de ambos a custo zero.

No geral, não foi péssimo, mas acho que entre a qualidade adicionada ao plantel e o valor total gasto vai um grande salto, tendo ficado algumas posições por reforçar, particularmente no centro do terreno. Ainda assim, os gunners estão mais fortes no papel (na prática estão pior que nunca, mas isso não me parece culpa de outro que não do treinador) e todas as transferências se podem vir a revelar bons investimentos no futuro. Por isso um três, a fugir para o dois, parece-me justo.

 

Aston Villa – 5/5

Os Villians sabiam à partida que iam perder Jack Grealish e a reação à venda no mercado ia ser essencial. Além de conseguirem um grande encaixe com o jovem inglês (quase 120 milhões de euros), os villians conseguiram garantir três grandes reforços abaixo desse valor.

Por menos de 100 milhões, do Bayer de Leverkusen chega o entusiasmante León Bailey, um extremo canhoto, rápido e tecnicista, do Norwich o criativo Emi Buendía (vindo de uma época tremenda no Norwich) e Danny Ings (um dos melhores avançados da Premier League nas últimas duas épocas). Juntaram-se ainda a custo zero o veterano Ashley Young e por empréstimo Alex Tuanzebe.

O Aston Villa, apesar de ter perdido a estrela, parece-me mais forte. Deixa de estar dependente de um só homem e agora a criatividade vem de mais sítios. O futuro o dirá, mas a saída de Grealish, pode até vir a ser benéfica.

 

Brentford – 3/5

Há já alguns anos que acompanho com muita atenção o Brentford e a sua política de contratações, baseadas em dados estatísticos e estou muito curioso com a sua chegada à Premier League. No entanto no mercado fiquei um pouco desiludido…

As contratações são boas, atenção! Onyeka, Ajer e Wissa parecem-me todos ser excelentes jogadores, jovens, com margem de progressão e todos a preços muito apetecíveis… mas não sei se não será curto. Apesar de ter muitos jogadores de qualidade, os londrinos têm poucos jogadores com experiência a este nível e isso em fazes decisivas da época pode vir a ser determinante.

No entanto, a julgar por mercados anteriores, todas as contratações foram pensadas ao pormenor e todos os jogadores vão encaixar que nem uma luva no esquema de Thomas Franke. Estou reticente, mas confio… dou, tal como ao Arsenal, um três, a pender para o dois.

 

Brighton – 3,5/5

À primeira vista não é extraordinário o mercado do Brighton, mas bem analisado foi muito interessante! Faltou a contratação de um ponta-de-lança, que era talvez a posição que mais precisava de ser reforçada, por ter sido uma das equipas que mais golos desperdiçou a época transata, mas tirando isso, o mercado dos Seagulls, apesar de “curto” foi muito interessante.

Além da venda (muito acima do valor de mercado) de Ben White, o Brighton conseguiu livrar-se de muitos pesos mortos no plantel (e dos respectivos ordenados), como Alireza Jahanbakhsh, Matt Ryan, Percy Tau, Bernardo, José Izquierdo e Davy Propper. Além disso, contrataram dois jogadores interessantíssimos em Enock Mwepu e Marc Cucurella, que terão (muito provavelmente) um grande futuro pela frente e ainda asseguraram a contratação (apesar de emprestarem de seguida) de Abdallah Sima, um jovem extremo de 20 anos, que ao serviço do Slavia de Praga fez 20 golos e 8 assistências em 39 jogos a época passada.

A equipa de Graham Potter ficou sem dúvida mais forte com as duas adições e tem soluções internas para substituir Ben White. Faltou um ponta-de-lança e alguma ambição, mas ainda assim, não deixa de ser um mercado positivo.

 

Burnley – 2/5

O Burnley continua a lutar diariamente para manter o estatuto de equipa mais desinteressante da Premier League, com mais um mercado desinspirado.

Foram contratados dois defesas interessantes no championship (Connor Roberts ao Swansea e Nathan Collins ao Stoke) e contrataram Maxwel Cornet ao Lyon por 15 milhões, para fazer o lado esquerdo do meio campo, que provavelmente será o único a jogar regularmente ao longo da época.

Interesse? Quase nenhum… podemos avançar?

 

Chelsea – 5/5

De equipa sem rumo no início da época com Frank Lampard, a vencedores da Liga dos Campeões com Thomas Tuchel, a época passada foi uma montanha-russa para o Chelsea que dificilmente poderia ter terminado de melhor forma.

Para a nova época, os blues partiam como uns dos favoritos à Premier League e reforçaram esse estatuto ao corrigir o único problema da sua equipa (o ataque pouco prolifero), com um dos melhores avançados do mundo actualmente, Romelu Lukaku. A equipa estava “fechada”, mas o Chelsea ainda foi a tempo de garantir um dos melhores centro-campistas do mundo, Saúl Ñiguez, por uma taxa de empréstimo de apenas 5 milhões de euros (o Atlético há dois anos exigia uma verba a rondar os 100 milhões para o libertar).

Como se não bastasse, o Chelsea conseguiu ter lucro no mercado, livrando-se de vários excedentários e dos seus ordenados. Apenas em Tammy Abraham, Kurt Zouma e Marc Guehi, os blues fizeram mais de 100 milhões, tendo ainda vendido Davide Zappacosta, Victor Moses e Olivier Giroud, além de vários empréstimos, como é já apanágio dos Blues. Excelente mercado! Melhor era impossível.

 

Crystal Palace – 4,5/5

O Crystal Palace foi na época passada a equipa com a média de idades mais elevada da Premier League e a sua direção achou que estava na altura de inverter o rumo dos acontecimentos. Roy Hodgson foi substituído no comando por Patrick Vieira (que não foi a primeira escolha) e foram contratados seis jogadores para o plantel principal abaixo dos 26 anos, por “apenas” 70 milhões de euros: a promissora dupla de centrais Marc Guehi (21) e Joachim Andersen (25), o organizador de jogo do Watford, Will Hughes (26), o promissor médio Connor Gallagher (21), o entusiasmante extremo Michael Olise (19) e o melhor marcador do campeonato escocês, Odsonne Edouard (23).

Abandonaram o clube sete jogadores acima dos 30 anos, como Gary Cahill, Patrick Van Aanholt ou Andros Townsend e garantiu-se (mais uma vez) a permanência da estrela da equipa, Wilfred Zaha.

O Crystal Palace construiu aquela que pode ser uma das mais entusiasmantes equipas da Premier League, juntando a experiência de alguns elementos à irreverência da juventude. Só não dou nota mais alta, porque tenho ainda muitas reticências quanto a Patrick Vieira como técnico, tendo prometido muito na MLS com o New York City e desiludido bastante na Ligue 1 com o Nice. Talento há… falta ver se Vieira o sabe usar.

 

Everton – 2/5

Depois dos avultados investimentos das épocas anteriores, os Toffees resolveram fechar a torneira, tendo gasto apenas dois milhões de euros neste mercado, na contratação de Demarai Gray ao Bayer Leverkusen (que começou muito bem a época!). Além dele, chegaram também os veteranos Andros Townsend, Asmir Begovic e Salomon Rondón a custo zero.

Do plantel principal, saíram apenas Bernard e Joshua King (que chegou em Janeiro e praticamente não foi utilizado) e o regressado de empréstimo Moise Kean, partiu para outra época emprestado, desta vez ao clube que o formou, a Juventus. Ficou por sair James Rodríguez, o mais alto ordenado do clube e que pelos vistos, não interessa a Rafa Benítez.

De aspirações europeias, os Toffees passaram rapidamente a parecer ficar satisfeitos apenas com ficar na primeira metade da tabela, refletindo a contratação de Benítez para técnico e de poucos reforços para o onze, esse posicionamento. Desinteressante… um dois, só porque a equipa não está pior do que o ano passado.

 

Leeds – 3/5

Depois de um surpreendente nono lugar no regresso à Premier League, esperava-se um mercado activo do Leeds United, para consolidar a equipa na primeira divisão do futebol inglês, mas foi uma janela que esteve longe de ser entusiasmante.

Os Peacocks começaram bem, ao resolver a principal lacuna do plantel, com a contratação de Junior Firpo ao Barcelona, para a lateral esquerda da defesa, mas os restantes negócios tardaram. Até ao final do mercado foram garantidos Klaesson para segundo guarda-redes, a permanência de Jack Harrison, a título definitivo, e no último dia de mercado, o extremo galês Daniel James foi contratado ao Manchester United, por um valor acima do seu valor de mercado.

No geral, foram respondidas três necessidades grandes (o lateral esquerdo, um guarda-redes suplente e um extremo para competir com Harrison e Raphinha) e garantiu-se Harrison a título definitivo. Ficaram a faltar reforços (principalmente para o miolo) mas a equipa parte mais forte (no papel) para a nova época. Nota positiva, mas muito abaixo das expectatívas, para o Leeds.

 

Leicester – 4/5

Em Patson Daka os foxes garantiram um ponta-de-lança cheio de potencial e provavelmente o substituto a longo prazo de Jamie Vardy e em Boubakary Soumaré um dos médios defensivos mais interessantes da Ligue 1, que dará mais uma excelente opção ao meio-campo de Brendan Rodgers. Além disso, o Leicester garantiu Ryan Bertrand a custo zero e, após a lesão de Fofana, Jannik Vestergaard, ambos vindos do Southampton e ambos presentes quando este Leicester marcou 9 golos sem resposta aos Saints, há duas épocas.

Sem ter perdido nenhum jogador essencial, não só trabalharam o futuro, como garantiram valor imediato para o plantel, para consolidar o seu papel no novo Top 6 da Premier League, tudo por 67 milhões de euros. Pouco mais há a dizer: Bom mercado!

 

Liverpool – 2/5

Depois de uma época desapontante, esperava-se dos Reds uma resposta que os fizesse voltar à luta com um fortíssimo Manchester City e um Chelsea em crescendo, mas o Liverpool decidiu não fazer praticamente nada.

Houve apenas uma contratação, o defesa central Ibrahima Kanouté, por 40 milhões ao Leipzig e um regresso interessante, o do jovem criativo Harvey Elliott (que já foi titular com o Chelsea) que o ano passado com 17 anos fez 11 golos e 8 assistências no Blackburn Rovers.

Em termos de saídas, o Liverpool livrou-se de alguns jogadores que não interessavam, como Marko Grujic e Harry Wilson e perdeu a custo zero Georgino Wijnaldum, que não foi capaz de substituir neste mercado. Uma janela de transferências abaixo das expectativas, para um clube com ambições ao título e que o ano passado teve tantas dificuldades ao longo da época.

 

Manchester City – 3/5

A única contratação dos citizens digna de nota (também foram buscar um miúdo brasileiro chamado Kayky, de quem ninguém se vai lembrar durante algum tempo) foi Jack Grealish, por quase 120 milhões e se a contratação do médio inglês entusiasma, sabe a pouco.

Depois de perder Kun Aguero, esperava-se que o City avançasse para um ponta-de-lança e Harry Kane foi falado o Verão todo, sem nunca se concretizar. Os citizens começam a época com apenas um avançado de raiz e poucas soluções para o eixo do ataque, depois de estarem associados a vários, como Harry Kane, Halaand e Cristiano Ronaldo. Além disso os citizens não conseguiram vender Bernardo Silva, que já se disse descontente no clube.

Um mercado onde se contrata um jogador da qualidade de Jack Grealish dificilmente poderá ser negativo, mas o valor despendido foi demasiado, para apenas uma contratação de monta e a principal saída (Sérgio Aguero) apesar de já não ser determinante como foi noutras épocas, ficou por substituir.

 

Manchester United – 5/5

Se dissessem no final da época passada que o Manchester United ia garantir Cristiano Ronaldo, Jadon Sancho e Raphael Varane, por “apenas” 140 milhões de euros, diria ser impossível, mas a verdade é que aconteceu.

Ole Gunnar Solskjaer reforçou três das quatro posições desejadas, avançado, extremo direito e defesa central, ficando apenas o lugar de médio defensivo por preencher, com as soluções Fred, McTominay e Matic a estarem um pouco abaixo do nível dos restantes colegas. Começam a faltar desculpas para Solskjaer não cumprir com os objetivos.

Noutro ponto desfavorável para os Red Devils foi a indefinição com Paul Pogba, que em último ano de contrato, não renovou nem foi vendido, podendo sair a custo zero no próximo verão e noutras condições daria uma nota mais baixa, mas a entrada de três dos melhores jogadores do Mundo nas suas posições e a manutenção de todos os jogadores essenciais, faz com que seja difícil dar outra nota que não um 5.

 

Newcastle – 2/5

Começam a faltar adjetivos negativos para a gestão de Mike Ashley, que há muito assumiu estar farto do Newcastle e se querer livrar do clube. Com o aborrecido Steve Bruce ainda no comando, os magpies apenas adicionaram dois jogadores ao plantel: Joe Willock, que na época passada deu um novo animo à equipa, após empréstimo pelo Arsenal e é uma excelente contratação, apesar do preço um pouco elevado, e Santiago Muñoz que foi apenas contratado como stunt publicitário por partilhar a nacionalidade e o nome (quase) com Santiago Muñez, protagonista do filme Goal.

Saíram alguns jogadores, que já não eram opção (Atsu, Muto, Lejeune e Matty Longstaff) e nada mais há a assinalar no mercado em Newcastle. Adivinha-se mais uma época de sofrimento no Norte de Inglaterra.

 

Norwich – 3/5

Os canaries tiveram sem dúvida um mercado muito activo, contratando cinco novos jogadores (Milot Rashica, Josh Sargent, Christos Tzolis, Pierre Lees Melou e Angus Gunn), garantindo a título definitivo Ben Gibson e Dimitrios Giannoulis, que estiveram no clube a época passada por empréstimo e ainda os empréstimos de Ozan Kabak, Brandon Williams e Billy Gilmour e tudo isto por apenas 66 milhões em 11 jogadores jovens (apenas Lees Melou e Ben Gibson estão acima dos 26 anos) e que poderão garantir muitos anos de serviço ao clube.

A nota não é mais alta, por dois motivos: não há um substituto para o criativo Emi Buendía (vendido ao Aston Villa) e apesar de terem muito potencial, poucos dos jogadores contratados provaram (até agora) estar ao nível da Premier League. O Norwich mantém assim o seu objetivo, não se importando de sacrificar a manutenção em prol do crescimento do clube a longo prazo, não entrando em loucuras no mercado e de olhos sempre postos no futuro.

Resumindo: mercado interessante, mas prevê-se uma época difícil para os canaries, que já começaram com três derrotas em outros tantos jogos.

 

Southampton – 3/5

Os Saints partem para a nova época sem três dos jogadores mais importantes da época passada, todos para equipas da Premier League: Ryan Bertrand e Janik Vestergaard para o Leicester e Danny Ings para o Aston Villa.

No entanto, todos foram bem substituídos: para a lateral esquerda da defesa foi contratado Romain Perraud (ex-Stade Brest), para o centro Lyanco (ex-Torino) e para a frente de ataque Adam Armstrong, que a época passada marcou 27 golos no championship ao serviço do Blackburn Rovers, e o jovem Armando Broja, por empréstimo do Chelsea. No entanto, o destaque vai para a contratação do jovem defesa direito Valentino Livramento, considerado o mais talentoso jovem do Chelsea e internacional inglês em vários escalões, que já se impôs como titular nos Saints. Outra grande notícia foi a continuidade do capitão James Ward-Prowse, muito cobiçado por vários emblemas da Premier League.

A época não vai ser fácil e o Southampton de Ralf Hasenhutl já revelou ser uma equipa inconstante. A velocidade a que se adaptam os reforços (principalmente Adam Armstrong) vai ser determinante para garantir a manutenção dos Saints.

 

Tottenham – 4/5

Sem dúvida a melhor notícia deste mercado para o Tottenham foi ter segurado Harry Kane, mas está longe de ser a única boa notícia. Os Spurs garantiram Cristian Romero, o melhor defesa da Serie A o ano passado, Pierluigi Gollini, o guarda-redes titular da Atalanta, os jovens e talentosos Bryan Gil e Pape Sarr, e Emerson, que regressava a Barcelona depois de duas boas épocas no Bétis.

Saídas, várias a registar, nenhuma a lamentar. Gareth Bale e Carlos Vinícius terminaram os empréstimos, o veterano Toby Alderweireld foi vendido para a reforma de luxo no Catar, Juan Foyth ficou definitivamente no Villarreal depois do empréstimo e os pesos mortos Moussa Sissoko, Erik Lamela, Joe Hart, Danny Rose e Serge Aurier foram todos “despachados”.

Num verão que não começou nada bem, com a incapacidade de contratar um treinador e a ficar pela 13213ª opção, com Nuno Espírito Santo, os Spurs acabam por sair bem, com uma equipa mais forte do que quando entraram, sem contratações espectaculares, mas muito bem pesadas e sobretudo sem perder a estrela para um “rival”. Nada mau…

 

Watford – 3/5

Após um ano de ausência, os Hornets estão de volta à Premier League e reforçando-se com oito jogadores e um regresso de empréstimo (Cucho Hernandez). Do Tottenham chegaram Moussa Sissoko e Danny Rose (dois veteranos da Premier League) e do Everton Joshua King, que também conta com alguns anos no principal escalão inglês. Chegaram também o explosivo avançado Emmanuel Dennis (Koln), o médio franco-marroquino Imran Louza (Nantes), o turco Ozan Tufan (Fenerbahçe), o veterano eslovaco Juraj Kucka (Parma) e o Peter Etebo (Stoke), um velho conhecido do futebol português. Tudo por apenas 18 milhões!

Saídas, a única a lamentar é a de Will Hughes, o maestro da equipa a época passada no Championship, para o Crystal Palace, curiosamente a única vitória dos Hornets nos três primeiros jogos da Premier League. Saiu também a lenda do clube e capitão Troy Deeney, que pelo menos aos adeptos fará muita falta!

Não foi um mau verão para o Watford. Com uma mistura muito interessante entre experiência e juventude, o clube dos arredores de Londres tem hipóteses de se aguentar na Premier League, mas não será fácil e a impaciência da família Pozo (donos do clube) é já conhecida, funcionando muitas vezes contra o clube.

 

West Ham – 4/5

O mercado do West Ham estava a ser uma desilusão até aos últimos dias, em que garantiram o central Kurt Zouma (ex-Chelsea), o entusiasmante médio ofensivo croata Nikola Vlasic (CSKA Moscovo) e o trinco checo Alex Kral (Spartak Moscovo), que será uma alternativa à dupla Declan Rice e Tomas Soucek. Até aqui, apenas o guarda-redes Alphonse Areola estava garantido, por empréstimo do PSG.

Depois de uma época espantosa em que se intrometeram entre o top-6, havia muita expectativa para o mercado dos hammers e se contratariam Jesse Lingard, depois de uma segunda metade de época incrível pelos londrinos, por empréstimo do Manchester United. Não foi possível, mas em Vlasic garantiram uma excelente alternativa. Ficou a faltar um avançado, pois apesar do espantoso início de época de Michael Antonio (4 golos e 3 assistências em 3 jogos!!!), o inglês é o único do plantel (sendo ele próprio adaptado), é regularmente assolado por lesões e completará em Março o seu 32º aniversário.

Saídas, houve apenas duas dignas de registo, o central paraguaio Fabían Balbuena (custo zero) e o indesejado Felipe Anderson, que regressou à Lázio. Bom mercado dos hammers, não tem melhor nota por faltar um avançado e 75% das contratações terem acontecido nas últimas 48h de mercado, já com a pré-época e os três primeiros jogos passados.

 

Wolverhampton – 2/5

Após a saída de Nuno Espírito Santo e a entrada de Bruno Lage, era grande a expectativa para o mercado do Wolves, mas o desinvestimento da Fosun (devido à pandemia) levou a que muito pouco tenha acontecido.

Foi acionada a cláusula de compra por Ait Nouri, que esteve por empréstimo nos Wolves a época passada e foi contratado José Sá, para ocupar o lugar deixado vago por Rui Patrício, que se juntou a José Mourinho em Roma. Por empréstimo chegaram Francisco Trincão (do Barcelona) e Hee-Chan Hwang, o explosivo sul-coreano que encantou ao serviço do Red Bull Salzburg e foi contratado pelo Leipzig para a vaga de Timo Werner a época passada, mas desiludiu, tendo agora em Inglaterra a oportunidade de voltar a brilhar. Nota também para o regresso de Raúl Jimenez, após grave lesão, aguardando os adeptos com expectativa para saber se volta o mesmo ou limitado pela fractura do crânio que o afastou dos relvados por vários meses.

Em sentido contrário foram o já referido Rui Patrício, terminaram os empréstimos de Vitinha e Willian José e o avançado espanhol Rafa Mir, após uma época emprestado ao Huesca, foi a título definitivo para o Sevilha de Julen Lopetegui, por 16 milhões. Foi o mercado possível dos Wolves, obrigando Bruno Lage à difícil missão de se adaptar a um plantel construído para outro treinador.