Perceber as sanções ao Chelsea
No seguimento da invasão da Ucrânia, o governo inglês anunciou uma série de sanções aos oligarcas russos e a todo o seu património, o que envolve Roman Abramovich e consequentemente o Chelsea.
Apesar de o clube já ter anunciado que tenciona recorrer das sanções, o governo parece irredutível e a ameaça de falência é bem real, para os lados de Stamford Bridge. Vamos então perceber como é que estas sanções afectam o Chelsea.
O que é que o Chelsea pode fazer?
No fundo, só o essencial para o funcionamento do clube. Pode honrar todos os contratos que tem (jogadores, equipa técnica, outros funcionários do clube e fornecedores) e contratar os serviços essenciais para os jogos (viagens, hotéis, catering, segurança, etc). No entanto, tem um valor limite para estas despesas (mais ou menos 595mil euros para jogos em casa e 24 mil para jogos fora) Tudo o resto, está cortado.
O que é que não pode?
Vender bilhetes ou merchandising e celebrar novos contratos seja de jogadores, seja de patrocínios, uma vez que o principal patrocinador do Clube, a Three, já pediu para retirar o seu logotipo das camisolas e a Hyundai suspendeu a sua ligação aos Blues. Não podem também fazer movimentações no mercado de transferências até ao final da época.
Quer dizer que o Chelsea vai jogar à porta fechada?
Não. Quem tenha um bilhete já comprado ou um bilhete de época, poderá ir assistir aos jogos. Nada impede também o clube de oferecer bilhetes.
24 mil euros chegam para os jogos fora?
Para os jogos dentro do Reino Unido, sim. Jogos fora do país (como a segunda mão dos 16avos de final da Liga dos Campeões com o Lille) vão exigir muita ginástica financeira do clube, tendo em conta que estamos a falar de viagens de ida e volta, alojamento, alimentação e outros custos logísticos, para uma comitiva dificilmente inferior a 30 pessoas, por apenas 24 mil euros.
Então não podem fazer transferências?
Não. Nem renovar contratos, o que no caso do Chelsea é preocupante, por ter nove jogadores em final de contrato, incluindo três habituais titulares (Rudiger, Christiansen e Azpilicueta) e não só não pode fechar renovações, como não pode começar a procurar alternativas.
O Chelsea arrisca a falência?
Sim. É um risco, porque provavelmente nenhum clube do Mundo tem em conta o dinheiro necessário para todas as operações e contratos durante a época. A venda de bilhetes e o merchandising têm um papel muito importante na gestão de um clube. Não podendo facturar ou receber injeções de capital, colocam o Chelsea numa posição muito sensível, até porque tem encargos mensais na ordem dos 33 milhões de libras e (segundo o The Sun) apenas 19 milhões no banco. Até ao final da época, o Chelsea estimava ganhar pelo menos mais 30 milhões de euros em receitas de bilheteira.
E a venda do Chelsea?
Ainda bem que perguntam. O que as sanções implicam é que Roman Abramovich não pode vender o clube A NÃO SER que tenha uma autorização especial da parte do governo inglês, ou seja, o governo de Boris Johnson tem agora legitimidade para escolher quem quer e quem não quer para dono do clube, evitando assim outra potencial crise como a da compra do Newcastle, que na verdade pertence a um consórcio presidido por Amanda Staveley, evitando assim a ligação directa ao estado saudita.
Quem são os principais candidatos à compra do Chelsea?
Jim Ratfcliffe – CEO da INEOS, dono do Nice e do Lausanne, bem como uma equipa de ciclismo Pro-Tour (a antiga Sky, actual INEOS), investidor da equipa da Mercedes (F1), entre outros. É o homem mais rico de Inglaterra e já foi anteriormente associado à compra do Chelsea (até tem um bilhete de época comprado) e do Manchester United (que admitiu ser o seu clube de infância).
Woody Johnson – Aos 74 anos o herdeiro da Jonhson & Johnson’s é o dono dos New York Jets e tem uma fortuna avaliada em mais de 5 mil milhões de dólares.
Hansjorg Wiss – O bilionário suíço disse a um jornal suíço ter sido abordado pelo próprio Roman Abramovich para a compra do clube, estando à cabeça de um consórcio que envolve o bilionário americano, Todd Boehly.
Há mais candidatos, como o milionário turco Muhsin Bayrak, o dono dos Chicago Cubs, Thomas Ricketts e o milionário inglês do imobiliário Nick Candy está a tentar formar um consórcio para a compra do clube, mas até agora não há movimentos concretos.
Então e o Conor McGregor?
Não.
Mas…
Não!
Mas ele…
Epa, não!