
Reviravolta operada pelos Rams, vale bilhete dourado para o Super Bowl caseiro
É caso para dizer, que á sétima foi de vez!
Depois de seis derrotas consecutivas, os Los Angeles Rams receberam e finalmente bateram os San Francisco 49ers, por 20-17, marcando assim presença no encontro/evento mais desejado da temporada.
Aliás, com esta vitória a turma de LA terá a oportunidade de disputar o Superbowl em casa no SoFi Stadium (pelo segundo ano consecutivo depois de Tampa, uma equipa consegue disputar o SB no seu próprio território), diante dos… Cincinnati Bengals (a ficha ainda não caiu).
E ao que parece, como disputar o encontro final em solo caseiro parece ser uma nova tendência, o Superbowl em 2023 será disputado em Glendale, Arizona. E mais não digo.
Após duas drives rápidas dos dois conjuntos, numa situação de 3 and Goal, Matthew Stafford lança uma bola na direcção de Odell Beckham jr, interceptada por Jimmy Ward (grande jogada de K’Wuan Williams).
Lance ainda marcado por um encosto já fora de tempo, de Fred Warner a Stafford.
O marcador foi inaugurado na primeira drive dos Rams do segundo período.
Cooper Kupp recebe um passe de 16 jardas nas costas da secondary de SF, consumando assim o touchdown, num turno relativamente longo (18 jogadas, 97 jardas, 9:33seg de tempo despendido).

Matt Gay converte o ponto extra, colocando o resultado em 7-0 a favor da formação da casa.
Os Niners não perderam tempo, e basicamente logo de seguida, Deebo Samuel, transforma um passe curto de Jimmy G num touchdown de 44 jardas, deixando no processo meia secondary de LA no retrovisor (extra point convertido).

Duas jogadas após de uma drop incrível na end zone por parte de Skowronek, e Matt Gay no seguimento falhou um field goal de 54 jardas (wide right).
Do outro lado, e antes do field goal de 38 jardas conectado por Robbie Gould nos derradeiros momentos do segundo período, por pouco não assistimos a um assassinato em directo na televisão.
Jimmy G, efetua um passe para o meio do campo em que Deebo, completamente indefeso é abalroado pelo “camião betoneira” Nick Scott!

San Fran termina a primeira parte a vencer por 10-7.
As defesas no terceiro período, impuseram a lei do físico, em que o belo touchdown pass (mais extra point) de 16 jardas, resultante da conexão Garoppolo/ Kittle (enorme falha de marcação da defesa de LA), colocou a formação da Bay Area a vencer por 17-7.

Poucos foram os motivos de regozijo ofensivo naquele período.
Kupp, logo numa fase muito prematura dos 15 minutos finais, bisa na partida ao marcar um touchdown de 11 jardas, reduzindo distâncias. (SF 17 – LA 14).
Nas duas drives seguintes dos dois conjuntos, LA contentou-se com 2 field goals enquanto SF não fez melhor que 2 punts!
A sensivelmente 1:46seg para o final os Rams já tinham operado a reviravolta (SF 17-LA 20), mas os 49ers ainda tinham tempo no relógio e timeouts para uma investida final!
Na terceira jogada da última drive da contenda, Aaron Donald “embrulha” o pretty boy quarterback dos Niners obrigando-o já em desespero a lançar uma intercepção recolhida por Travin Howard, colocando uma pedra no desafio!

MOMENTO DO JOGO
Quarto período, a 9:55 do final, resultado no momento SF 17 – LA 14.
Matthew Stafford numa situação de 1st & 10 lança uma bojarda para o meio do campo em que Jaquiski Tartt, safety de San Francisco, incrivelmente deixa uma intercepção no relvado.

No final da drive LA, consegue empatar o encontro por via field goal.
Ora se Tartt consuma a intercepção, muito provavelmente (ou não) a turma de Sean McVay iria passar as passas do Algarve ainda por cima sem timeouts disponíveis.
OS PROTAGONISTAS
SEAN MCVAY

McVay pelo segundo encontro consecutivo brincou com o fogo.
Desta vez, no inicio do último quarto já tinha esgotado todos os timeouts possíveis, muito devido a uma “brincadeira” com as flags(vermelhas)
Foi 1 timeout utilizado, num snap em que quase esgotaram o tempo do relógio, e os outros 2 em situações em que o treinador dos Rams lançou o challenge sobre decisões da equipa de arbitragem, em ambos os casos perdeu (algo a meu ver evidente) e logo também voaram dois descontos de tempo.
A sorte protege os audazes, mas também convém não abusar, porque qualquer dia está sujeito a sofrer uma queimadura de primeiro grau.
JIMMY GAROPPOLO (16/30, 2TD’s, 1 INT)

“We’ll see what happens in these couple days, weeks, whatever. But i love this team.” – Jimmy G
Podemos falar do seu recorde, so seu passer rating(nas vitórias) enquanto jogador de SF, mas depois das exibições nestes pálidas nestes playoffs, torna-se difícil argumentar algo em defesa do quarterback.
Jimmy G não tem uma característica que considero importante para quem joga na posição. Ele não é um “assassino”, não é o closer, ou melhor, não é um knockout artist.
Tal como no MMA, chega a um ponto em que o QB aproveitando os ferimentos do seu oponente tem de executar aquelas “marteladas”(pouco estéticas, mas eficazes) para nocautear o mesmo.
Os três últimos drives dos 49ers foram de bradar aos céus!
12 jogadas, 27 jardas conquistadas, sendo que nos últimos dois drives amealharam jardas negativas.
As suas deficiências foram mais do que evidentes ao longo da postseason, e este provavelmente foi o seu último ato com o mítico uniforme dos californianos!
MATTHEW STAFFORD( 31/45, 337 jardas, 2TD’s ,1INT)
“Is this why you went out and got Matthew Stafford?” – Questão de um jornalista dirigida a Sean Mcvay.
Neste momento todos nós sabemos a resposta essa pergunta.
Mais uma exibição sem espinhas de Stafford (depois de um mau começo), coroada com mais um touchdown crucial no quarto período, pela terceira vez consecutiva nesta fase da prova.
Depois de 13 épocas de sofrimento, o numero 9 dos Rams está um pequeno passo dos campos Elísios.
Provavelmente já ninguém se record das picks utilizadas na aquisição do ex-Detroit Lion, e isso é bom sinal.

O FUTURO DOS 49ERS
Parece mais ou menos óbvio que Garoppolo não estará com a equipa na próxima temporada. Portanto o homem que se segue é Trey Lance.

Honestamente do pouco que vi do ex-QB da Universidade de North Dakota State, não fiquei muito impressionado.
De qualquer forma e dadas as circunstâncias, a terceira escolha do draft 2021, depois de uma temporada maioritariamente de banco assumirá as rédeas da organização.
Um pouco com aconteceu com McVay, Kyle Shanahan olhará para Lance como quarterback ideal para o seu esquema táctico.
Olhando para restante equipa, provavelmente o núcleo duro se manterá intacto para mais um ano de contenção na NFC.
COOPER FREAKIN’ KUPP (11 recepções, 142 jardas, 2TD’s)

Bolas aéreas curtas e de longa duração, ganho de jardas após a recepção, execução de rotas precisas, sangue frio nos terceiros downs, até na ajuda no jogo de bloqueio, são fazem os condimentos que fazem de Kupp o melhor e mais completo wide receiver da atualidade.
Nem a drop ocorrida no final da primeira parte retirou o brilho a uma exibição de grande classe, coroada com mais 2 touchdowns (quinto nos playoffs).
Na minha opinião o produto da universidade de Eastern Washington, tem sido o MVP desta fase da competição até ao momento.
DEEBO SAMUEL (7 tentativas de corrida para 26 jardas, 4 recepções 72 jardas aéreas, 1TD)

Menção para uma das maiores e mais agradáveis surpresas desta época.
Deebo Samuel, é uma espécie de canivete suíço do ataque de Shanahan.
Deebo é daqueles jogadores, que colam o telespectadores ao ecrã, dado seu repentismo. Sempre que toca na bola ficamos à espera de uma big play.
No próximo dia 13 de Fevereiro, Los Angeles Rams e Cincinnati Bengals medirão forças no SoFi Stadium, contenda a contar para o SUPERBOWL LVI.