Sala de Jogos: Colin Mcrae Rally

Three right into hairpin left ou, se quiserem, o melhor jogo de rallies de todos os tempos. #mãosprabaixo, um dos títulos mais viciantes de PSX

PS1] Colin McRae Rally Gameplay with EpSXe (Full HD)[1080p] - YouTube

Colin McRae Rally é filho da Codemasters, apenas uma das promotoras de melhor conteúdo e-automobilístico oficial ou de puro e simples pagode (Toca Touring Cars, Race Driver: Grid, F1 2021, F1 Race Stars, Koch International Micro Machines, Micro Maniacs, por aí estrada afora).

 

Estávamos na golden age do WRC, com o Escocês Colin McRae à cabeça, e os tipos acharam que talvez fosse interessante angariar gamers para o asfalto, neve, gravilha e coisas que tais. A F1 não mexia por aí além (Schumacher passeava-se pelo Mundial, volta e meia Häkkinen fazia-lhe a folha), o MotoGP estava longe dos índices da popularidade que hoje goza, e o WRC, com McRae, Mäkinen, Sainz, Auriol, Burns, o bigodes Kankunnen, Rovanpera, o velhadas Vatanen e outros que tais, espalhava magia, de Monte Carlo ao Quénia, do salto de Fafe às especiais impiedosas do Rally da Suécia.

 

McRae era um tipo louco, que não se importava de levar o carro aos limites, num estilo meio daredevil que Americano aplaudia e que Europeu amava. Um pouco na linha de James ‘The Shunt’ Hunt na F1, o Escocês só via rectas nas curvas e metia várias fases de nitro quando seguia em frente. Teve espetas clássicas, o que leva o D a pensar… como é que este gajo não se matou ao volante de um carro, mas sim aos comandos de um helicóptero?!

 

O JOGO

Colin McRae Rally encapsula toda esta adrenalina, este need for speed, de forma brutal. Começamos de fininho, a guiar na escola de Rally, um tapete de boas-vindas para as práticas mínimas de ‘condução defensiva’ (McRae manda um big LOL da campa:), com Nicky Grist (o incansável Galês que foi co-piloto de McRae durante as suas melhores épocas) a dar todas as dicas e mais algumas para completar as provas, desde acelerar e travar em locais designados, fazer 8s, experimentar umas provas até ‘passar na condução’ numa prova nocturna. Ainda me lembro de ter amigos que me diziam “Não se vê nada…” e de aconselhar os mais incautos: “Aumenta a claridade da televisão, pá.” Assim, até o Lamy ou a Elisabete Jacinto de olhos fechados. Eu não precisei de fazer isso, obviamente (ndr: por acaso até precisei:)

 

Bem, condução feita, siga rallyzar. E não há nada melhor que os modos simples e tradicionais daquilo a que hoje se convenciona chamar de retro gaming: quatro ou cinco opções e chega lume à peça, vambora. Mundial, Rally Simples, Contra-Relógio e Mano-a-Mano. Acho que, no fundo, era isto que o jogo tinha…

 

OS RALLYS QUE DAVAM TRABALHO

Havia um que era mais chato que os outros, e nem precisava de meter chuva: o de UK. Duas das especiais eram num bosque cheio de contra-curvas ladeados por uma cerca que massacravam a viatura caso não fossem ao travão como deve ser. Isto porque, e Colin McRae introduziu isto como poucos jogos, o carro ‘cansava-se’ de pista para pista, e, tal como na realidade, o tempo perdido no arranjo acumulava para a próxima visita a garagem. Assim, tornava-se fundamental fazer o set-up ideal dos pneus, suspensão, travões, caixa, enfim, a escola ensinava isto, lessem, estudassem meus meninos…

 

OS RALLYS CAGADA

O da Grécia era só descer. E ter cuidado para não voar montanha abaixo. No modo mais difícil dava pica porque uma das pistas era 90% gravilha que depois entrava em asfalto cheio de ganchos. Domar o bote? #vaiterdeser

 

CONTRA-RELÓGIO

Nunca joguei porque o que dava mesmo pica era o…

 

…MUNDIAL

no modo mais difícil. Conforme fossem ‘varrendo’ os vários níveis, ganhavam carros extra para usar em Rally ou Mano-a-Mano. Como podem ver neste VT, nota-se que o jogador é principiante, porque escolhe o Rally da Grécia… (mentira: acho que o Rally da Grécia aparecia primeiro by default)

 

SOM

Fixe, simples, que não complicava a coisa. Muito instrumental, guitarradas para a frente que não feriam o tímpano (ao contrário, p.e., de V-Rally, onde um gajo corria em Monte Carlo e parecia que estava na fila da frente do Ermal).

Nada a apontar, aqui.

 

NO GERAL

Ainda hoje serve de introdução sempre que mostro jogos de carros à pequenada. Sobretudo, experimentando mudanças manuais (um primo meu jogava isto de volante e pedais, era de loucos, embora na versão Colin McRae 2.0) e sabendo o timing preciso de mergulhar na curva, jogar com a caixa, fazer a melhor trajectória de saída, porque, nos rallys, ainda hoje, reinam punhos, pés, co-pilotos, mecânicos e, diz quem viu que não há melhor experiência ao vivo do que sentir um carro de WRC…

 

ou ver qualquer um destes brinquedos à solta…

 

No fundo, Colin McRae Rally é uma relíquia, uma velharia, uma peça de museu, que ainda hoje vale umas boas horas de vício.

In memoriam Colin McRae, pois claro.

#retrogaming4life

 

Comentários
Loading...