Starting Five – Amor em tempos de pandemia

Bem-vindos ao “Starting Five”, o espaço onde vou todas as semanas procurar dar destaque a cinco coisas positivas que me saltaram à vista – sejam elas mais fundadas na atualidade ou mais em jeito de balanço da época. A meio da “viagem”, vou sempre também dar algum espaço ao resmungão que existe dentro de mim e permitir-me uma pequena crítica antes de regressar ao espírito positivo que desejo para esta rubrica.

 

Em antecipação de uma semana em que se esperam muitas mudanças na liga, vamos olhar para esta última enquanto preparamos as pipocas para o caos que se aproxima:

 

5 – O exemplo de Kemba

Questionado sobre ter sido retirado por completo da rotação dos Knicks, Kemba Walker respondeu que “sim, eu podia ter ficado irritado. Mas depois lembro-me que temos jogadores mais jovens na equipa que me vêem como exemplo. Adoro estar com os meus colegas e vou torcer por eles até não conseguir mais”. Sim, as lesões retiraram toda a explosão ao jogo de Walker e tornaram-no uma peça muito difícil de encaixar no basket moderno, mas nunca lhe poderão retirar a integridade que o fez ser um dos jogadores mais respeitados em toda a NBA.

 

4 – Pacers acordam de um coma

Desde há uns bons anos atrás que os Indiana Pacers são uma das equipas mais violentamente aborrecidas na liga. Condenados a serem… aceitáveis. Com um plantel cheio de bons jogadores mas, essencialmente, vazio de estrelas. Um exemplo vivo dos limites da aposta eterna na “continuidade”. As notícias de que Caris LeVert, Domantas Sabonis e Myles Turner estão “disponíveis para troca” nesta deadline que se aproxima poderão doer no imediato para os fãs dos Pacers, mas podem também ser finalmente o despertar de um franchise moribundo.

 

Antes de revelar o meu top 3 da semana, vamos olhar um pouco para uma equipa que parece estar enterrada em areias movediças:

 

 

Fim do Banco – Blazers em risco de implosão

O general manager, Neil Olshey, foi despedido pelos donos após ser acusado de promover um ambiente tóxico dentro da equipa. CJ McCollum está lesionado com um problema sério no pulmão. Os Blazers continuam a ter uma das piores defesas em toda a liga. E o Damian Lillard continua a dizer que quer ficar em Portland e ser “leal” aos seus fãs. Mas até quando irá essa lealdade durar? A realidade é que, numa veia semelhante aos Pacers, os Blazers, na ânsia de alcançar continuidade, degeneraram em apatia. Há já uns bons anos que é gritantemente óbvio que uma equipa sem qualquer defesa no ponto de ataque da bola no backcourt não vai a lado nenhum. Os Blazers escolheram ignorar essa falha e mantiveram McCollum ao lado de Lillard. A ver vamos se finalmente aprenderam a lição.

 

Agora que a minha resmunguice semanal está despachada, voltemos às boas vibrações:

 

3 – Rockets aprendem a ganhar

Equipas recheadas de jogadores jovens e de olho em picks elevadas para o draft, por norma, não se importam especialmente com perder jogos – na verdade, até o desejam. Mas os Rockets, no arranque desta temporada, estavam a exagerar um pouco – tendo chegado a ter um registo de 1-16. Seguiu-se uma surpreendente streak de vitórias e, mais importante ainda, uma mudança de dinâmica na organização da equipa, começando por abdicarem de Daniel Theis em prol de uma equipa mais móvel, com Christian Wood a brilhar como o big man solitário. Os Rockets vão continuar a perder mais jogos do que os que ganham, mas é essencial compreenderem que se a única preocupação for perder, nunca vão ensinar bons hábitos aos jovens que dizem estar a querer desenvolver.

 

2 – Os Suns estão aqui para ficar

Depois de baterem o recorde do franchise com 18 vitórias consecutivas, os Suns finalmente perderam – contra os igualmente impressionantes Warriors. E depois… voltaram a ganhar. Mesmo com Devin Booker lesionado. Sempre que as pessoas começam a achar que o conto de fadas dos Suns vai terminar, eles voltam a provar que não foram nenhum engano. E fazem-no de uma forma curiosa – não sendo especialmente incríveis em nada. Pelo contrário, o segredo dos Suns é que não fazem nada mal. São elite em serem… “certinhos”. E com talentos como Chris Paul, Devin Booker, DeAndre Ayton e o ascendente Mikal Bridges a jogarem “certinho”, essa estabilidade transforma-se numa qualidade de elite.

 

1 – All You Need Is Love

Nesta era em que todos parecemos estar no limiar do desespero, encontrem alguém que goste de vocês como o Kevin Durant gosta de defender o Trae Young.

Comentários
Loading...