Super Bowl LVI – Antevisão
A edição 56 do Super Bowl chega-nos este ano no segundo fim-de-semana de Fevereiro, após ter sido adicionada uma semana à temporada regular.
O jogo será disputado no SoFi Stadium, em Los Angeles, pelos Cincinnati Bengals e pelos Los Angeles Rams, os homens da casa.
Até à temporada de 2020, nunca uma equipa tinha disputado um Super Bowl no seu próprio estádio.
Agora acontece em dois anos consecutivos, com os Rams a sucederem aos Tampa Bay Buccaneers. Veremos se terão a mesma sorte e ficam com o troféu Vince Lombardi.
O exercício de hoje é fazer o possível para prever um duelo tão imprevisível.
Melhor Ataque
A primeira área que vamos abordar será talvez a mais difícil, tal o equilíbrio e semelhança entre os ataques. Ambas as equipas apostam na explosividade e nas big plays, embora os Rams apostem mais num jogo de Smoke and mirrors e Cincinnati faça dessas jogadas modo de vida.
Enquanto os Bengals têm em Matthew Stafford e Cooper Kupp a dupla principal, os Bengals respondem com Joe Burrow e Ja’Marr Chase.
No jogo em corrida os Rams parecem ter alguma desvantagem, embora o regresso de Cam Akers nestes playoffs tenha ajudado.
No entanto, Joe Mixon tem estado em bom plano esta época na equipa de Cincinnati e pode fazer a diferença.
Os Rams podem queixar-se da falta de sorte com as lesões. Após perderem Robert Woods em Novembro, a equipa de Los Angeles vai jogar o Super Bowl sem o Tight End,Tyler Higbee.
Do lado de Cincinnati, ainda há a dúvida sobre a disponibilidade de CJ Uzomah, a contas com uma lesão no joelho.
As figuras secundárias de ambos os ataques ajudam a desempatar. Odell Beckham.Jr e Van Jefferson pelos Rams valem mais do que Tee Higgins e Tyler Boyd.
Por isso vantagem (ligeiríssima) para LA.
Melhor Defesa
Na área defensiva, pelo menos no papel, a defesa de LA leva a melhor.
Aaron Donald é um monstro na linha defensiva de Los Angeles e pode fazer a vida muito complicada a qualquer quarterback apenas por si. Mas Donald não estará sozinho.
Leonard Floyd e Von Miller vão dar muito que fazer à linha ofensiva dos Bengals, que não tem protegido muito bem Joe Burrow, forçando o jovem a sair do pocket para escapar à pressão dos adversários.
Os Rams contam ainda com o contributo de um dos melhores cornerbacks da liga em Jalen Ramsey.
Não esperem, no entanto, ver muitas vezes um duelo directo entre Ramsey e Chase, não tem sido assim que o camisola 5 dos Rams tem sido utilizado este ano.
Quando iniciei esta parte referi que no papel a defesa de Los Angeles leva vantagem e digo isso porque a defesa de Cincinnati tem estado acima do esperado este ano.
Sam Hubbard e Trey Hendrickson têm infernizado as linhas ofensivas contrárias, enquanto na secundária Jessie Bates, Von Bell e Mike Hilton têm estado muito bem, como se comprova facilmente pela segunda parte do jogo em Kansas City, em que apagaram quase por completo o ataque dos Chiefs.
E Stafford tem uma estranha tendência para fazer uns passes muito maus durante os jogos…
Estrelas Em Destaque
Começando pela equipa que joga oficialmente em casa, os Cincinnati Bengals, temos obviamente Joe Burrow.
No seu segundo ano na liga e após uma grave lesão ter terminado prematuramente a pretérita temporada, Burrow tem mostrado porque foi a primeira escolha do draft de 2020.
Calmo sobre pressão, capaz de ler as defesas e muito confiante, não há nada que Burrow não consiga fazer.
Para o ajudar os Bengals trouxeram este ano o seu antigo companheiro de universidade Ja’Marr Chase.
O número 1 dos Bengals tem sido um diabo à solta, torturando defesas com a sua velocidade e habilidade para ganhar jardas após as recepções.
Ainda no ataque dos Bengals o running back Joe Mixon tem tido uma época muito produtiva, com 1205 jardas ganhas durante a temporada regular, o terceiro melhor registo, e 13 touchdowns. Mixon proporciona algum equilíbrio ao ataque de Cincinnati e força as defesas a estarem sempre atentas ao jogo em corrida.
Na defesa Trey Hendrickson chegou este ano de New Orleans para ser reforço e já conta com 16.5 sacks.
Jessie Bates, com 9 passes defendidos (incluindo um de Patrick Mahomes que originou a intercepção no prolongamento da final da AFC) tem estado em grande forma.
Do lado de LA, existe uma verdadeira constelação de estrelas no ataque e na defesa. Começando por Matthew Stafford, a aposta de Los Angeles para regressar ao Super Bowl.
Chegado de Detroit após troca com Jared Goff e algumas escolhas de draft (incluindo duas primeiras rondas), Stafford elevou o jogo atacante da equipa de Sean McVay, embora tenha alguns erros incompreensíveis (vide passe na final da NFC que só não foi interceptado devido à inépcia do defesa dos 49ers Jaquiki Tartt).
Ainda assim, Stafford é claramente uma evolução no comando do ataque dos Rams.
Quem ganhou com isso foi Cooper Kupp.
O recém eleito jogador ofensivo do ano, fez uma época notável. 1947 jardas e 16 touchdowns foram as melhores marcas da liga esta época. Além disso Kupp tem estado bem nos bloqueios, funcionando quase como um segundo tight end.
De Cleveland chegou já no decorrer da época Odell Beckham Jr. Após uma passagem por Cleveland nada digna de registo, Beckham chegou mesmo a tempo de colmatar a lesão de Robert Woods e tem sido importante nos playoffs.
Na defesa os Los Angeles Rams contam com o melhor jogador defensivo da liga nos últimos anos, Aaron Donald.
Capaz de ocupar sempre dois ou mesmo três adversários, quando não chega ao quarterback abre oportunidades para que outros cheguem e dá sempre inúmeras dores de cabeça aos coordenadores ofensivos adversários.
Desta defesa faz ainda parte o MVP do Super Bowl 50, Von Miller. Com Donald de um lado e Von Miller no outro, a linha ofensiva de Cincinnati vai ter uma noite longa.
Outro jogador que dá preocupações aos coordenadores ofensivos é Jalen Ramsey.
Por vezes problemático, por vezes desbocado, não deixa de ser um jogador de grande impacto no jogo defensivo dos Rams.
Factor-X
No meio disto tudo, quem poderá ser o desequilibrador?
Do lado dos Rams acredito que Van Jefferson pode surgir quando não o esperem para desbloquear o jogo ofensivo dos Rams.
E sem Tyler Higbee, haverá espaço para outro tight end aparecer.
Se será Brycen Hopkins ou Johnny Mundt não consigo dizer.
Do lado de Cincinnati, a minha aposta vai para a surpresa que poderá vir a ser protagonizada por um jogador defensivo.
Mike Hilton e Eli Apple são os mais fortes candidatos, visto esperar-se uma noite de muito trabalho para os cornerbacks dos Bengals.
Quem Sairá Vencedor?
A pergunta de um milhão de dólares. Eu acredito que o conto de fadas dos Bengals acaba no Super Bowl.
Os Los Angeles Rams são globalmente a melhor equipa e, sendo verdade que a equipa dos Bengals nunca se rende, deverão ganhar um jogo equilibrado e disputado até ao último minuto.
A chave aqui para Cincinnati será evitar a pressão da linha defensiva dos Rams através do jogo em corrida e dos passes rápidos, de forma a limitar o impacto de Aaron Donald e Von Miller no jogo.
Na defesa, a capacidade dos Bengals em pressionar Stafford sem enviar um blitz vai ser importante, uma vez que Stafford tem estado muito bem a contrariar essa forma de pressão.
Do lado dos Rams será importante Stafford ter cuidado com a bola e não arriscar aqueles passes sem sentido que por vezes tenta.
Resultado final: Cincinnati Bengals 34-37 Los Angeles Rams.
Super Bowl MVP: Cooper Kupp.