Tampa Bay, uma análise à época dos Buccaneers

Atualmente ser apoiante das equipas sediadas na cidade de Tampa na Flórida, é provavelmente o melhor “emprego” do mundo desportivo!

Os Rays, nas últimas quatro temporadas tem gozado de boas campanhas na MLB, coroada com uma presença nas world séries em 2020.
Na NHL, os Lightning desfrutam sensivelmente de uma década de consistência. Sendo ano após ano, dos principais candidatos ao titulo, aliás, são na atualidade os bicampeões em título da Stanley Cup.
Já na NFL, os Buccaneers atravessam a sua melhor fase dos últimos largos anos, e a conquista na temporada passada do troféu Vince Lombardi assim o atesta.
Portanto é só sorrisos, beijinhos e abraços por aquelas paragens.

Colocando o foco no que realmente interessa para o nosso caso.

Todo este sucesso recente da equipa de futebol americano, deve-se a todo uma série de nomes. Ou melhor, um nome em especial!
É difícil desassociar uma personagem central em todo este êxito. Tom Brady!

Não me parece nenhuma coincidência este período de maior fulgor vivido pelos Buccaneers, coincida com a chegada do “velhote”.
A sua capacidade de liderança bem como a sua tomada de decisão (na maior parte correta) dentro e fora de campo, revelaram-se de extrema importância para toda a organização!

No exercício de hoje, vamos realizar um resumo da temporada dos Tampa Bay Buccaneers.

Iremos analisar os pontos positivos e negativos , bem como um caso mediático que nos últimos dias abalou o universo NFL.
Ainda olharemos para o encontro da primeira ronda dos playoffs, diante dos Philadelphia Eagles.

Antes de mais, vamos aos números.

•ATAQUE
Jardas aéreas
5,229 total de jardas aéreas
307.6 jardas aéreas por jogo
Melhor registo da liga

Jardas terrestres
1,672 total de jardas terrestres
98.4 jardas terrestres por jogo
Sétimo pior registo da liga

6,901 jardas totais
405.9 jardas totais por jogo
Segundo melhor registo da liga

511 pontos totais
30.1 pontos por jogo
Segundo melhor registo da liga

Rapidamente conseguimos perceber que o ataque aéreo dos Bucs impõe respeito. Ter jogadores como o Chris Godwin, Mike Evans, Antonio Brown, Rob Gronkowski e claro está, Tom Brady, obviamente ajuda a esse tipo de desempenho.

Foto nfl.com

Outro dado importante, é a eficácia na red zone (em percentagem de touchdowns).

Os Bucs contam com cerca de 66.18% de aproveitamento, ficando somente atrás dos 49ers (66.67%).
Na linha das 20 jardas do território oposto, Evans tem sido o alvo de eleição de Brady. A conexão entre ambos conta com 10 touchdowns.
No lado do jogo corrido as coisas não tem corrido tão vem quanto isso, mas encontro algumas explicações para tal.
Primeiro, o jogo de corrida e apenas um mero complemento do ataque.

Segundo, os running back da formação de Tampa não são dos mais “explosivos” da liga, além de revelarem um má leitura e tomadas de decisão em momentos específicos do jogo de corrida.
Terceiro, é certo e sabido que Tom Brady gosta de utilizar os seus running backs em situações de jogo aéreo de curta distância.
Por fim um destaque merecido à linha ofensiva de TB dada a sua grande contribuição para estes números. Uma linha que tem sido incansável na protecção ao seu quarterback, e verdade seja dita, tem sido das melhores unidades na presente temporada.

Donovan Smith(LT), Ali Marpet(LG), Ryan Jensen(C), Alex Cappa(RG), Tristan Wirfs(RT), são os defensores de sua majestade!

Foto buccaneers.com

•DEFESA
Jardas aéreas concedidas
4,062 total de jardas aéreas
238.9 jardas aéreas por jogo
Décimo segundo pior registo da liga

Jardas terrestres concedidas
1,573 total de jardas terrestres
92.5 jardas terrestres por jogo
Terceiro melhor registo da liga

5,635 jardas totais concedidas
331.5 jardas totais concedidas por jogo
Décimo terceiro melhor registo da liga

353 pontos concedidos
20.8 pontos concedidos por jogo
Quinto melhor registo da liga

A run defense continua afiada como sempre. Nada nem ninguém, consegue perfurar Suh e Vea, são dois autênticos pilares inabaláveis.

Defensive tackle Vita Vea (#50) of the Tampa Bay Buccaneers competes in the game against the Atlanta Falcons at Mercedes-Benz Stadium in Atlanta, Georgia, U.S., December 5, 2021. /CFP

Os edge rushers, apesar de não estarem tão exuberantes como em épocas anteriores, continuam a colocar uma grande pressão em cima dos ombros dos quarterbacks contrários.
O pior mesmo é quando a bola ultrapassa a primeira linha de pressão.
Óbvio que as lesões na secondary não ajudam (principalmente do Carlton Davis), ainda assim é uma vertente do jogo que causa alguma preocupação tendo em vista os playoffs.
O espaço entre as costas dos linebackers e a linha dos db’s, e as oportunidades concedidas nas bolas em profundidade, necessitam de uma correcção por parte de Todd Bowles.

Outro dado significativo são os turnovers.
Ofensivamente, os Bucs tem tido um cuidado especial em valorizar a posse de bola(12 INT’s lançadas até ao momento). Ou seja, o “esférico” ao contrário do reinado de Jameis Winston(30 INT’s lançadas na sua última temporada enquanto Buc), ocupa a maior parte do tempo nas mãos dos receivers da equipa, do que nas mãos dos Luke Kuechly desta vida. Exponenciando ao máximo toda a verticalidade do ataque.
Defensivamente as 16 INT’s, acabam por ser um bom registo, provando que nem tudo acaba por ser mau na linha defensiva mais profunda.

PONTOS POSITIVOS

• OS RECORDES
Com a última e difícil vitória alcançada diante dos Jets,( bomba de 33 jardas lançada por Brady a Grayson a apenas 15 segundos do final do encontro) os Buccaneers atingiram a bonita marca das 12 vitórias. Recorde do franchise!
Mas como os recordes foram feitos para serem quebrados.

Na week 18 (jogo “extra”), a vitória frente aos Panthers, fez aumentar o número para 13. Novo máximo de época!
Individualmente, também temos novidades!

Há três coisas certas na vida:
Os impostos
A morte e…
Mike Evans atingir as 1000 jardas recebidas.
A oitava consecutiva, sendo assim recorde na liga.

Foto buccaneers.com

Além disso é o detentor do título de maior número de touchdowns marcados da historia dos Tampa Bay Buccaneers com 75(o receiver esta temporada marcou 14 TD’s).
O Hall of Fame, está ali, tão perto do ex- Texas A&M!

Falar em recordes, e não falar de Tom Brady era algo estranho!
As 5,316 passing yards e os 43 touchdowns lançados numa época são um novo máximo da história de Tampa.

• A CONQUISTA
Pela primeira vez desde 2007 os Tampa Bay Buccaneers, voltam a conquistar o ceptro da NFC South, finalmente destronando os outrora tetra campeões. A formação dos New Orleans Saints.
Como curiosidade fica a classificação final de divisão por parte de Tampa Bay no período compreendido entre 2008 a 2020:
Em 3 ocasiões TB terminou a divisão no terceiro lugar, em duas delas terminou no segundo posto e por oito vezes acabou na cauda do pelotão!
Ouch!

• A CONSISTÊNCIA
A receita de Tampa nos últimos tempos tem sido:
Vencer todos os jogos “fáceis”(no caso quase todos) e alguns difíceis.
Podemos argumentar que o calendário da turma da Flórida nem sequer era assim tão difícil, o que não deixa de ser verdade.
Mas principalmente numa competição relativamente curta, esta acaba por ser uma fórmula quase sempre certeira!

PONTOS NEGATIVOS

• O PAPÃO
Para ilustrar o que tem sido os embates entre os Bucs e os Saints, irei recorrer a uma história pessoal.
Vamos a isto!
Na minha infância frequentava a casa de um amigo que tinha uma consola da Nintendo. E nós habitualmente tínhamos o vício de jogar um videojogo de seu nome: CONTRA!
Quem jogou este produto da Konami sabe bem do seu nível de dificuldade simplesmente absurdo!
Chegava à casa do meu vizinho, cheio de pica, e cerca de trinta segundos depois de perder todas as minhas vidas, ficava completamente arrasado!
Durante vários dias era mais do mesmo, o entusiasmo e a frustração andavam de mãos dadas!
Com os Buccaneers passa-se algo similar.
Todos os anos partem com confiança para bater os seus rivais, só que pouco tempo depois caem na real e percebem que será mais uma noite daquelas!
Voltando ao Contra. Ainda estou para descobrir como é o segundo nível daquele maldito jogo!

AP Photo/Jason Behnken

• O CASO ANTONIO BROWN
Primeiramente, o talento é uma ferramenta que nos permite tanto na vida como no desporto, usufruir de múltiplas oportunidades para ser bem sucedido.
Mesmo sabendo que há uma boa hipótese de ocorrer um desastre! Torna-se quase irresistível pagar para ver.
E este caso Antonio Brown é um belo exemplo disso!
O wide receiver tem aprontado muitas e boas, onde tem pernoitado, mas este caso poderá ser mesmo o seu final act na NFL.
Primeiramente e para ser honesto, AB teve um papel substancial na conquista do Superbowl LV. E isso é um facto!
Este ano o veterano já tinha feito das suas quando foi suspenso por obter ilegalmente um cartão ilegal de vacinação contra o Covid.
E apesar do carácter imprevisível de Brown, nada faria prever o que se passaria no último dia 2 de Dezembro.
Li, ouvi muita coisa, mas uma coisa é certa.
O que se passou na sideline entre BA e AB foi definitivamente grave!
Grave ao ponto de fazer o WR sair a meio do encontro com o Jets, e nem os apelos de Mike Evans, o fez vacilar.
Pelo meio Antonio Brown ainda deu um show que faria os atores do filme “Magic Mike” ficarem orgulhosos de tal atuação!

Andrew Mills | NJ Advance Media

E assim, inesperadamente a equipa de Tampa têm um problema em mãos, colocando em cima da mesa uma questão importante.
Com um Mike Evans meio manco, a incerteza quanto ao regresso de Leonard Fournette, sem Chris Godwin e sem AB, o que esperar do ataque dos Tampa Bay Buccaneers?

PLAYOFF TIME BABY!
Durante o período de sensivelmente duas temporadas esta será a primeira vez que Tampa Bay joga em casa numa partida a contar para os playoffs (tecnicamente o SB passado foi disputado em “campo neutro”), e para celebrar essa situação, nada melhor do que receber velhos rivais de conferência, principalmente no inicio dos anos 2000. Falo dos Philadelphia Eagles.

Em teoria, o matchup é favorável à equipa da casa, ainda assim recomenda-se cautela (ainda me recordo do sufoco que foi a primeira ronda da época passada contra os Washington FT).
As águias fazem do ground n’pound, a sua principal valia ofensiva, nesse campo foram os melhores da liga.
O dinamismo Jalen Hurts, Miles Sanders, entre outros, prometem causar dores de cabeça à terceira melhor defesa contra a corrida. Promete ser um duelo interessante nesse aspeto!

ERIC HARTLINE, USA TODAY SPORTS

Quanto à pergunta que coloquei acima.
Até tendo em conta este último encontro da fase regular, a dupla Brady/Gronk, parecia que estava a afinar os motores para a postseason!

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