Ted Lasso

Podíamos falar de Space Jam 2, só que não.

Podíamos falar da concorrente que cortou a meta a seguir à Melanie Santos e vomitou, só que não nos apetece.

Podíamos dizer “Ó maninho, já viste aqueles documentários da Netflix sobre o Southampton, o Arrifanense e o Always Ready, da Bolívia?”, só que é uma cena que não nos assiste.

Hoje, assiste-nos Lasso.

E que golo que marca este protagonista da série da Apple.

 

Ted Lasso, que começou como um stunt publicitário nos Estados Unidos, foi remisturado por gente que sabe muito sobre como fazer com pouco: Bill Lawrense (Spin City e Scrubs) e até Zach Braff (Garden State, Scrubs) já estiveram ao leme desta simpática série que tenta tudo menos converter o Americano médio a essa coisa chamada soccer.

 

A segunda temporada está quase a rebentar, e a terceira já está no forno. Os fanboys da Apple podem aproveitar qualquer compra de produto Apple (“designed in coiso, made in China do Costume”) e desfrutar 1 ano de AppleTV grátis, que corre este mambo televisivo… ou de streaming, como quer que lhe queiram chamar.

 

PREMISSA FOR DUMMIES:
Ted Lasso é uma jóia de pessoa que não percebe puto de bola mas adora pessoas, vê o mundo cor-de-rosa às bolinhas amarelas e, por acaso, treina uma equipa ‘piquena’ em Inglaterra, o AFC Richmond.

 

A seu lado o fiel escudeiro e técnico-adjunto Coach Beard, o roupeiro/oráculo Nate, the Great, a Presidente Rebecca Welton, a groupie/influencer Keeley Jones e os carapaus de serviço Jamie Tartt e Roy Kent, o primeiro como jovem prodígio armado em preguiçoso, o segundo um veterano preguiçoso com uma personalidade prodigiosa.

 

A primeira série é um tratado de team building e coisas simples, com uma pitada de jet lag (Lasso, o nosso protagonista, era um treinador de uma equipa de football americano; calhou-lhe na rifa pegar numa equipa de football de Inglaterra, percebendo tanto da cousa, como a CMTV de jornalismo), sempre bem-disposta, optimista, com um par de liçõezinhas de moral a retirar ao final de cada episódio.

 

Escrever conteúdo sobre uma equipa de futebol, para ficção, é uma seca pegada (como comprovam os infindáveis documentários Netflix, Amazon, Hulu, Tubi, Rakuten e mais o… sono profundo que os acompanha), só que isso não acontece com o nosso amigo Ted.

 

Sendo alguém que vê sempre o lado positivo das coisas, a personagem é uma soda neste tempo quente, todo ele mascarado e com recolheres obrigatórios.

Podemos ter simplesmente um episódio que fala de uma birra de Jamie Tartt.

Podemos ter uma história B que fala dos planos secretos da Presidente para correr com Lasso da equipa.

E, no fim, ganhamos por 3-0 a qualquer oferta dentro do género, porque:

 

  • não existe nada sequer parecido, que não se leva muito a sério e que não soe nem dê ares de anúncio em 5k (quer dizer, é uma série da Apple, portanto não esperem ver lá muitos Samsungs 🙂
  • apesar de ter dedo Americano, é uma série que tresanda a velhas sitcoms Inglesas de tempos idos;
  • nem sequer deverá ser vista como uma série sobre futebol… porque essa será a “coisa mais importante das coisas menos importantes” (Guardiola dix it, não foi o D que inventou) que a série retrata… nela poderão sorrir ao lado de Rojas, Nate, Keeley, Isaac, enfim, 90% dos episódios dão-se fora das quatro linhas.

 

Para quem não conhece, fica a recomendação com o selo de qualidade aqui do D, e a garantia de que esta segunda temporada (passada na segunda Divisão Inglesa) será ainda mais longa (12 episódios; 30-40 minutos por episódio).

 

O elenco está todo de volta, btw.

Destaca-se o trabalho de Jason Sudeikis, um actor ‘elástico’, com tanto jeito para fazer de teddy bear das futebolices como para outros mambos, desde entrar no Mandalorian, fazer vozes para vários filmes de animação, estrelar no I Love You, Richard Nixon, e, um favorito aqui deste autor que vos fala

 

Seriado: TED LASSO

Plataforma: Apple TV

Elenco: Jason Sudeikis, Hannah Waddingham, Brett Goldstein, Juno Temple, Nick Mohammed

 

Nota D: 4.5/5

Nota rottentomatoes: 95/89

Nota imdb: 8.7

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