
Vamos lá começar os empates
E cá vamos nós, rumo ao que se espera o nosso primeiro título Mundial.
Com um selecionador engenheiro que deve ao fisco e um capitão no desemprego, dificilmente poderíamos ter uma seleção mais representativa do que é o nosso país, mas temos tudo. Temos um grupo acessível (com adversários perigosos, no entanto), uma seleção fortíssima, com três titulares do campeão inglês, três do francês, um do italiano e outros três do nacional, temos uma seleção onde dezasseis são jogadores de Champions e os outros têm nível para lá jogar (mas infelizmente três… dois (!) jogam no Manchester United).
Por isso vamos lá a três empates, muitas continhas e rezar para um conjunto de resultados únicos que nos atire para o lado fácil do torneio… o costume.
Sobre a seleção já muito foi escrito. Fernando Santos deve ir para o 4x3x3 que tem ido habitualmente, restando saber quantos trincos vão jogar de início e rezar para que nenhum deles seja o William Carvalho, porque se há coisa que os ganeses fazem bem é correr e William não é propriamente dado a velocidades.
Sobre o Gana… é difícil analisar grandes rotinas nesta seleção, porque se “reforçaram” bem nos últimos meses. Chegaram no “mercado de verão” o avançado do Athletic Bilbao Iñaki Williams, o rapidíssimo ala do Brighton Tariq Lamptey e o central do Southampton Mohammed Salisu entre os mais notáveis.
O principal perigo deste Gana é o futebol direto e o contra-ataque. O já citado Williams, Sulemana do Rennes, Kamal Sowah do Brugges (lembram-se, portistas?) e Mohammed Kudus do Ajax, são todos jogadores rapidíssimos, a quem se junta a experiente dupla André e Jordan Ayew. A principal lacuna no ataque é a falta de um finalizador nato, com vários jogadores
Mais atrás, o centro-campista do Arsenal Thomas Partey é a principal referência do meio-campo, onde fará o duplo pivot, provavelmente com Elisha Owusu do Gent (ou Genk… de quem foi a ideia de ter um Gent e o Genk na Liga belga?).
A maior fraqueza da seleção ganesa é a defesa e principalmente o guarda-redes, onde uma onda de lesões promoveu a terceira opção a titular. À sua frente, Salisu faz habitualmente dupla com Amartey, suplente no Leicester, ladeados por Tariq Lamptey e Abdul Baba Rahman (Reading), que tendem a subir e a deixar algum espaço nas costas.
Não vai ser um jogo fácil e a seleção tem de ter muito cuidado com o espaço entre a defesa e o meio-campo, onde os atacantes ganeses podem embalar e causar problemas e com as subidas dos laterais, para não deixar espaço para contra-ataques. Está longe de ser favas contadas… mas ao que parece o Polvo vidente já disse que é nosso!