As redes estão seguras por muitos anos

São poucos os guarda-redes que aos 21 anos são titulares numa primeira divisão europeia. Menos ainda aqueles que tão novos são titulares na liga dos campeões. Diogo Costa já deu mais do que provas que é um caso sério, tenha sido na pré-época ou no campeonato nacional, mas contra o Atlético de Madrid, campeão espanhol em título foi a chamada “prova dos nove”.

Diogo Costa quer ajudar a equipa e não mostrar-se. “Tubarões? O FC Porto  não tem medo de qualquer equipa”, assegura – Observador

Não que o Atlético tenha sido perigosíssimo, que não foi. Não que Diogo Costa tenha feito defesas impossíveis, que não fez (de cabeça, lembro-me apenas de uma defesa de alto grau de dificuldade). Mas a presença, a leitura de jogo, a forma autoritária como sai nos cruzamentos e domina a área nos cantos, com apenas 21 anos, é impressionante.

O Futebol Clube do Porto tem uma grande tradição de bons guarda-redes, poucos tendo sido os anos no Século XXI em que esteve “mal servido”. A Vítor Baía, sucedeu naturalmente Hélton, a quem uma lesão roubou um ano de transição, em que Fabiano pegou no archote e o entregou a Casillas, que com um pequeno interregno com José Sá nas redes do Dragão, passou o testemunho a Marchesín, que de seguida o passou a Diogo Costa. Diogo defende as mesmas redes que dois dos guarda-redes mais titulados da história do futebol mundial já defenderam, com a mesma confiança e tranquilidade que os dois o fizeram.

Diogo Costa mostrou que as redes do Futebol Clube do Porto e da seleção nacional estão em boas mãos no futuro!

 

O restante jogo

Impressionante como este Futebol Clube do Porto se agiganta na Europa e joga olhos nos olhos com o campeão espanhol, dominando largos períodos do encontro e mesmo quando cede a iniciativa, não está encolhido. Sérgio Conceição prova ser um dos melhores treinadores europeus na Liga dos Campeões… complica é ao fim-de-semana na Liga, quando tem de ter iniciativa de jogo e ser controlador em todas as fases do encontro, mas isso é outra conversa.

Os dragões foram autoritários e fecharam os caminhos para a baliza. Mesmo sem Pepe (que saiu por lesão) a defesa do Porto não deu espaços e foram muito poucos os lances de real perigo de um Atlético, com argumentos como Luis Suárez, João Félix, De Paul, Correa ou Carrasco.

Porto e Atlético de Madrid empatam na estreia na Champions - Mercado do  Futebol

Não que do outro lado, tenha sido uma história diferente. Os dragões poucas vezes atacaram bem, principalmente porque faltou velocidade aos companheiros para acompanhar as iniciativas solitárias de Luis Diaz, mas o Futebol Clube do Porto esteve duas vezes perto do golo, uma por Otávio num cruzamento/remate ao poste e outra por Taremi, num golo anulado com o mesmo critério que ditou a expulsão de Mbemba aos 90+4.

Dragão foi 'traVARdo' em Madrid. As notas do Atlético-FC Porto

O Futebol Clube do Porto fez um jogo duro, à anos 90 (daí tantos amarelos), sem deixar espaços e dominando o centro do terreno. Foi forte, combativo em todo o terreno e nunca virou a cara à luta, com jogadores como Otávio e Taremi a pressionarem no campo todo, ao passo que Grujic e Uribe foram gigantes no centro do terreno e Luis Diaz um diabo à solta. Pela negativa, mais uma vez, Zaidu, que desperdiçou uma boa ocasião, cruzou várias vezes para a bandeirola de canto contrária e poucas vezes teve critério na subida; Toni Martinez também mal se viu e Jesus Corona, apesar de numa missão mais defensiva do que é costume, esteve uns furos abaixo do nível de épocas anteriores.

No geral, não foi um mau resultado, um empate em Madrid, num jogo que, à partida, daríamos como perdido. Fica um amargo de boca, por ter parecido um jogo que esteve ao alcance e com um golo anulado de forma polémica aos dragões. Ainda assim, fica a exibição e o resultado como testemunho da resiliência do Porto de Conceição, que mais uma vez prova ser a única equipa portuguesa com estofo para estas andanças.

Comentários
Loading...