A matéria de que se fazem os Campeões

HERE WE GO”, já dizia Fabrizio Romano (um conhecido “informador” de transferências no mundo do futebol, nas redes sociais), primeiro (grande) jogo da liga portuguesa, a colocar Sporting de Braga contra Sporting Clube de Portugal.

 

Primeira impressão: nenhuma alteração no onze do nosso Sporting, apesar do mau jogo de Jovane na primeira ronda do campeonato, Ruben Amorim continua a confiar no jogador para ser um desestabilizador constante na defesa adversária. Tal como o próprio disse na antevisão do jogo, “cada jogo tem as suas dificuldades” e este não vai ser diferente, cada jogo dá a hipótese às duas partes de fazerem pequenas modificações, seja a nível de jogadores, seja a nível tático, de modo a corrigir ou a adaptar melhor, tendo em conta o seu adversário, que neste caso era o Sporting de Braga, equipa que já tínhamos vencido por 2-1 no início da época, aquando da vitória na Supertaça Cândido de Oliveira. O Braga, por sua vez, fez duas alterações de peso, Lucas Piazón e Fábio Martins foram titulares neste jogo.

 

O jogo começou aceso, não só no campo, como também nas bancadas. O Sporting de Braga tem uma entrada forte, tal como fez na Supertaça. O Sporting mostra o habitual, calma e tranquilidade nos seus processos de jogo e na suaforma madura de conseguir ler os momentos, e de manter a postura, maturidade essa que, a meu ver, advém do trabalho realizado pela equipa técnica, e, principalmente, do facto de jogarem juntos há dois anos.

 

No entanto, há uma parte da equipa ainda não funciona, as alas. Esgaio e Vinagre são jogadores interessantes, sem dúvida, mas não são Porro e Nuno Mendes, o que faz com que a nível ofensivo não haja tanta verticalidade nos corredores. O jogo acaba por ser mais mastigado a meio campo ou bombeado para o trio atacante, dando enfâse a Jovane e a Pote. O problema de mastigar o jogo a meio campo, é o facto de termos Palhinha e Mateus Nunes nesse espaço. Palhinha é médio de combate, de recuperação, de fechar espaços, não é médio para pegar na bola e criar, Mateus Nunes já é mais versátil na arte de criar jogadas, mas não está a ter nem metade da liberdade de movimentos que João Mário tinha na mesma posição. Acaba por ser intrigante tentar perceber o porquê de isto acontecer, vou ser sincero, para já não tenho uma resposta definida na cabeça, a não ser a possibilidade de ser uma opção tática para manter um equilíbrio muito grande no meio campo, solução que, a meu ver, é um erro e torna a equipa muito mais previsível.

 

Primeira parte muito bem disputada entre as duas equipas, sendo que o que mais se destaca na mesma, é a organização tática e defensiva do Sporting, por um lado, e a intensidade e velocidade que o Braga tentou desde cedo impor ao seu jogo, tentando encostar o seu adversário lá atrás, na zona defensiva. O que me leva a colocar uma questão, se o Braga não conseguisse marcar um golo, a energia do Braga ia começar a desaparecer e parece-me que o Sporting não só sabia disso, como jogou com isso! Podemos dizer que houve um verdadeiro jogo “mental” entre as duas equipas.

 

Dito e feito, a primeira parte acabou com o Sporting em vantagem por 0-1, e adivinhava-se que na segunda parte o Sporting continuaria com a mesma postura e a mesma tranquilidade, enquanto que o Braga iria querer entrar à “matador” de novo, para fazer o empate o mais rapidamente possível. Isto criou ainda mais desgaste nos jogadores bracarenses. A partir do minuto 65 o treinador do Braga começou a renovar as suas peças, de modo a conseguir manter esse pressing o mais alto possível, durante o máximo de tempo possível. Ruben Amorim manteve-se pragmático, e fez substituições apenas quando algum dos seus jogadores quebrou o seu rendimento.

 

A segunda parte começa da melhor maneira para o Sporting, Pote (who else?) a finalizar e a fazer o mesmo de sempre, a fazer parecer tão fácil a finalização.

 

O Braga tinha agora uma missão hercúlea, algo já há muito esperado. Podem dizer que o Braga procurou mais (check), podem dizer que desde o inicio do jogo pressionou e procurou com mais vontade o resultado (check), mas isso é apenas muita vontade e pouca “Ciência” e aqui está a grande diferença entre Carlos Carvalhal e Ruben Amorim.

 

 

Ruben Amorim obteve a 7ª vitória em jogos de Braga vs Sporting, duas vitórias ao leme da equipa do Braga e 5(!) ao comando do Sporting, uma estatística extraordinária e que melhora ainda se pensarmos que o Sporting não tem melhores jogadores que o Braga, porque quando esteve no Braga Ruben Amorim ganhou com esses mesmos jogadores (no geral, leia-se).

 

Fazendo já um pequeno resumo ao que foi aqui falado e ao que foi o jogo, Braga continua com muita vontade, muito querer, mas muito pouca cabeça e racionalidade, enquanto assim for, contra os chamados 3 grandes, vai ser complicado ganharem mais jogos do que aqueles que perdem. O Sporting não fez o melhor jogo de sempre, mas fez o jogo que era necessário e que era pedido

 

Lista de ordens a manter no futuro para os leões:

  1. Manter o rigor tático, aumentando a solidez defensiva dessa forma;
  2. Controlar os momentos de jogo, não ir atrás do jogo fugaz do adversário mas sim, controlá-lo, dando a falsa sensação ao adversário de “controlo”;
  3. Espera pelas oportunidades certas para marcar golo e assim, pôr ainda mais pressão anímica ao adversário.

 

Quanto a este Braga vai continuar a ser uma boa equipa e interessante de ver, mas será que Carlos Carvalhal é o treinador ideal para elevar esta equipa ao outros patamares como é vontade da Direcção? Tenho as minhas sérias dúvidas…

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