Faltaram os golos, para a noite perfeita!

Foi, provavelmente, o melhor jogo do Futebol Clube do Porto esta época, apesar de o resultado não o espelhar. Num jogo em que se encontraram os campeões da Europa de 2003 e de 2004, os dragões secaram o Milan, não dando qualquer espaço e o 1-0 não revela o domínio da turma azul e branca.

Foram 20 remates contra apenas 4 dos milaneses, 15 dos quais dentro da área, apesar de apenas dois terem sido enquadrados. Foram 7 cantos contra 1 e um domínio absoluto em praticamente todos os sectores, numa exibição que só pecou na finalização.

Sérgio Conceição percebeu o Milan e como anular os italianos, não os deixando fazer o seu jogo. Fora da sua zona de conforto, os milaneses não foram capazes de beliscar os dragões e estiveram longe de criar perigo ou de exercer algum domínio durante o encontro. O Porto obrigou os italianos a esticar o seu jogo e numa equipa longe do brilho de há 15 anos, não havia soluções para ultrapassar a pressão azul e branca.

Num grupo onde muitos esperavam que o Porto fosse encostado às cordas e não fosse capaz de pontuar, os dragões estão vivos, com 4 pontos, os mesmos do Atlético de Madrid, na luta pelo segundo lugar com o campeão espanhol e com 4 de vantagem para os milaneses.

Destaques? É difícil escolher.

Diogo Costa não teve muito trabalho e Wendel saiu ao intervalo, por isso não serão as escolhas óbvias. Evanílson, Grujic, Corona e Toni Martinez estiveram na luta e não jogaram mal, mas não serão os destaques, por não terem estado tanto tempo quanto isso em campo. Tudo o resto…

Pepe e Mbemba foram imperiais no centro da defesa, não dando grandes hipóteses aos experientes avançados milaneses (primeiro Giroud, depois Zlatan Ibrahimovic). João Mário e Zaidu dominaram os respetivos corredores, tanto a defender como a atacar, com o português a anular Rafael Leão não a defender, mas a obrigá-lo a segui-lo corredor fora e a afastá-lo das zonas de perigo.

No meio-campo, Sérgio Oliveira e Uribe dominaram as operações, secando a criação do meio-campo do Milan e com a entrada de Vitinha, acrescentou-se critério e fantasia a um meio-campo que fez um jogo fabuloso. Otávio foi um constante lutador e Luis Diaz o terror do costume para as defesas (destaque ainda para o golo do colombiano). No ataque, um grande jogo de Taremi, que apesar de perdulário na finalização (confesso que sou capaz de ter gritado alguns impropérios a si dirigidos, frente ao televisor, mas foi no calor do momento…), foi importantíssimo não só na jogada do golo, mas na criação ofensiva e a obrigar os defesas milaneses a estarem sempre atentos. No geral, uma grande exibição coletiva dos dragões.

Destaque também para Sérgio Conceição, que muitas vezes critico. O técnico preparou bem a equipa (difícil, tendo em conta que esteve muitos dias sem vários jogadores), foi feliz nas apostas que fez e teve a coragem de dar espaço aos jovens Diogo Costa, João Mário, Vitinha e Evanílson, que não desiludiram e mostraram que ainda vão dar muitas alegrias de dragão ao peito. Assim sim, mister!