O Torneio das 6 Nações – Edição 2022
Chega o mês de Fevereiro e, com ele, a edição de 2022 do fantástico Torneio das 6 Nações. Este ano marca também o regresso do público aos estádios, embora com limitações na Escócia, Irlanda, França e País de Gales.
Sendo esta competição disputada entre equipas tão equilibradas, não vou fazer previsões. A excepção ao equilíbrio tem sido a Itália, que não ganha um jogo desde 28 de Fevereiro de 2015, quando bateu a Escócia, em Murrayfield, por 22-19. A edição de 2021 foi ganha pelo País de Gales. Começando pelos detentores, a equipa galesa vai entrar desfalcada no torneio deste ano, com as ausências por lesão do capitão e segunda linha Alun Wyn Jones, os terceiras linhas Justin Tipuric (o jogador com mais placagens efectivas na edição transacta) e Josh Navidi e o número 8 Taulupe Faletau. Ainda assim, o seleccionador Wayne Pivac deve-se dar por feliz sabendo que tem ainda à sua disposição para a terceira linha Ross Moriarty e Aaron Wainwright. Destaco ainda nesta equipa de Gales a dupla de médios composta por Gareth Davies e o capitão Dan Biggar e a linha atrasada que deverá ser composta por Liam Williams na posição 15 e os pontas Louis Rees-Zammit e Josh Adams.
Vice-campeã em 2020 e 2021 a equipa francesa vai tentar subir um degrau este ano. A França apresenta uma dupla de médios fantástica, cheia de classe e virtuosismo em Romain Ntamack e Antoine Dupont. Dupont pode acusar alguma falta de ritmo, após ter estado cerca de um mês e meio parado por lesão, tendo regressado à competição no passado dia 29 de Janeiro. Mas esta equipa francesa não vive só de Dupont e Ntamack, tendo muita qualidade em todos os sectores. Jogadores como Grégory Alldritt, Gaël Fickou, Damian Penaud ou Virimi Vakatawa garantem que a equipa será um adversário duro. O seleccionador Fabien Galthié não deixará ainda assim de lamentar a ausência por lesão do capitão Charles Ollivon. A França venceu todos os jogos da tradicional digressão internacional de Outono e chega com a moral em alta.
Em terceiro lugar na edição de2021 ficou a Irlanda. Registe-se aqui como curiosidade o facto da equipa irlandesa ter vindo fazer um estágio a Portugal antes da primeira jornada do 6 Nações. Os irlandeses, capitaneados pelo médio de abertura Johnny Sexton partem para esta competição com grandes expectativas, principalmente após terem derrotado a Nova Zelândia em Novembro, em Dublin. No meio campo, para fazer companhia ao já mencionado Sexton temos o experiente Connor Murray. Nas linhas atrasadas dos irlandeses destaco ainda os centros Keith Earls e Robbie Henshaw. No pack avançado também existe muita experiência e qualidade, com Tadhg Beirne, Tadhg Furlong, Cian Healy e Iain Henderson a serem uma ameaça no jogo no solo.
De seguida abordo a Escócia. Após um quarto lugar no torneio de 2021, que incluiu uma brilhante vitória em Twickenham, após 38 anos de jejum, os escoceses querem mais este ano. Liderada pelo defesa Stuart Hogg, a Escócia tem em Finn Russell o seu grande pensador de jogo. Russell deverá ser coadjuvado por Ali Price na “casa das máquinas” dos escoceses. Destaque nesta selecção ainda para o incansável Hamish Watson e para o ponta Duhan van der Merwe, o jogador que marcou mais ensaios (5) no último 6 Nações.
Passamos agora à grande desilusão da edição 2021, a Inglaterra. A equipa orientada por Eddie Jones ficou no quinto lugar, apenas com duas vitórias, após terem ganho a competição em 2020. Para este ano a Inglaterra vai a jogo com uma baixa de peso: o polivalente Owen Farrell, capitão de equipa e capaz de fazer as posições 10 e 12, sofreu uma lesão no tornozelo direito e está fora deste 6 Nações, ao que tudo indica. Outra ausência de peso, no mínimo para o primeiro jogo, é a do ponta Jonny May. No pack de avançados também há uma ausência notável por lesão, Courtney Lawes. O segunda linha recupera de uma concussão e não irá dar o seu contributo ao XV da Rosa neste primeiro jogo. Dos jogadores presentes destaque para Maro Itoje, que na edição de 2021 provocou 5 turnovers e ainda a primeira linha, que deverá ser composta por Joe Marler, Jamie George e Kyle Sinclair e que são uma enorme dor de cabeça para os adversários nas formações ordenadas. Nas linhas atrasadas, Elliott Daly foi chamado a substituir May. Para jogar a 10, a dúvida mantém-se entre George Ford e Marcus Smith.
Com tantas estrelas em campo, apesar das ausências referidas, espera-se assistir a jogos de alta intensidade e muita qualidade, sempre dentro do fair play que é marca deste desporto. A edição de 2022 do Torneio das 6 Nações tem início no dia 5 de Fevereiro, em Dublin, com a recepção da Irlanda ao País de Gales, às 14h15. No mesmo dia, pelas 16h45 a Escócia recebe em Murrayfield a Inglaterra, para mais uma edição da Calcutta Cup e a primeira jornada termina no dia seguinte, com um França – Itália, no Stade de France, às 15h. O torneio termina no dia 19 de Março, com os jogos País de Gales – Itália (14h15), Irlanda – Escócia (16h45) e um sempre entusiasmante França – Inglaterra (20h).