
Antevisão do Ténnes!
O ano passado foi atípico no que toca a finalistas e vencedores dos principais torneios: Zverev provou que é Rei e Senhor dos torneios ATP, Medvedev deu murro na mesa e gritou “Eu estou aqui” aos 3 do costume, e um Italiano e um Grego também mostraram serviço.
O que esperar da saison de 2022?
Com Novak Djokovic com 34 anos, Rafa Nadal a chegar aos 35 e Roger já quarentão, será bastante improvável que estes estarolas continuem a dar a mesma luta àquela que gosto de chamar Now Gen: Daniil, Zverev, Matteo, Stefanos, Felix, Carlos, Jannik e derivados.
Isto é gente com uma média de idades a rondar os 23 (por aí, não fizemos bem as contas, mas deve andar à volta disso), com sangue na guelra e muita fome de títulos que, na última década e meia, foram distribuídos sempre pelos mesmos estarolas. De facto, é preciso recuarmos até à temporada de 2016 para encontrarmos alguma ‘variedade’ nos vencedores: Djokovic limpou o Open da Austrália e Roland Garros, Andy Murray varreu Wimbledon e um fabuloso Stan Wawrinka levou o caneco do US Open para casinha, naquela que terá sido uma das melhores épocas da carreira de Murray, finalista vencido na Austrália e em Paris.
No entanto, 2021 serviu-nos finalistas com mais resistência e vontade de vencer: Medvedev perdeu para Djokovic o Open da Austrália, Tsitsipas ficou a vê-las frente ao mesmo jogador em Paris, Berrettini pouco ou nada fez para parar o Sérvio em Wimbledon e, no US Open, a cousa deu lágrimas para Djokovic, que encontrou um Medvedev já vacinado para o seu estilo de jogo. [ouch!]
Queremos com isto dizer que 2022 promete algumas novidades no que aos Grand Slams diz respeito. Primeiro, porque a Now Gen está mais consistente, aprendeu com falhanços do passado e já consegue chegar deep em torneios onde outrora caíam que nem tordos; segundo, porque a idade não perdoa em jogadores que forçam bastante a nota física como Djokovic (a agilidade não é a mesma) ou Nadal (aquela velocidade e sobretudo a stamina já não são o que eram) que agora enfrentam monstros com coices no serviço e jogos de fundo de campo que massacram corpos e mentes de heróis da Marvel, casos de Daniil Medvedev, aqui e ali Tsitsipas e, sobretudo Sasha Zverev, que parece ter definitivamente saído da casca.
Mais: aquela a que podemos chamar de verdadeira Next Gen (com jogadores como Alcaraz, Sinner, Korda) já força a nota de competitividade como deve ser, com uma consistência de fazer inveja a Zverev ou Tsitsipas quando tinham 20 anos ou menos: Alcaraz fez furor no US Open mas já dava sinais de ser um craque
Sinner quando engata é simplesmente aterrador
e Seb Korda agita os corações Norte-Americanos, sedentos de um tenista dominador que lhes faça lembrar a geração dourada de Johnny Mac a Sampras
Assim sendo, vida difícil para os dominadores do costume. Rafa combate lesões crónicas, Roger submete-se a operações que lhe retiram certamente algum conforto em court e sobra para Djokovic a fava de aguentar toda esta fúria, todo este sangue novo que espera fazer estragos neste 2022 que arranca com o Happy Slam, o Open da Austrália, que, teoricamente, não costuma fugir ao Sérvio (nove dos seus 20 Slams levam selo da terra dos cangurus), e tem arranque marcado para o próximo dia 17 de Janeiro.
Datas dos Grand Slams
Austrália: 17 a 30 de Janeiro
Roland Garros: 16 de Maio – 5 de Junho
Wimbledon: 27 de Junho a 10 de Julho
US Open: 29 de Agosto a 11 de Setembro
Quanto aos torneios do ATP, podem ver aqui o calendário. Está lá o nosso querido Estoril Open, marcado de 25 de Abril a 2 de Maio, que não consegue trazer um headliner, mas que nos brindou o ano passado com craques da terra batida como Garin, veteranos como Gasquet ou Andujar, gente fixe como Tiafoe ou malta doida como Verdasco.
Enfim, a época está a começar e já temos polémica, com Djokovic a causar um sururu totalmente desnecessário
Leia tudo sobre a exclusão de Djokovic do Open da Austrália
ele que já passou por um escândalo de PR, igualmente desnecessário e patético, por ocasião desta estapafúrdia ideia
e teima em não admitir a sua posição oficial sobre o assunto da sua vacinação/não-vacinação, correndo eventualmente o risco de não jogar durante uns meses… ele que deixou o ano passado o cargo de Presidente do Conselho do ATP para criar a cena dele, uma tal de PTPA (Professional Tennis Players Association), que pretende ser… outra cena
Politiquices e escândalos à parte, faça-se servir e saltar a amarela que por cá aguardamos novos vencedores.
Será este o ano de Medvedev?…
Teremos Alcaraz a explodir entre a Now Gen?…
Conseguirá Djokovic chegar aos 21?…
Não percam os próximos torneios “porque nós… também não!”